Foi um ano politicamente tenso, onde direita e esquerda partiram para um confronto em campo aberto. Agora até que ponto a razão prevaleceu ?E os lados souberam reconhecer a vitória e a derrota?
É nítido que o Brasil possui um eleitorado de mais ou menos 30% de esquerda e 30% de direita, mas temos também 60% que não se identifica diretamente com nenhum dos lados, que votam de acordo com às circunstâncias e seus interesses próprios.
Os bolsonaristas bateram na tecla do discurso conservador, pátria, família e religião. É um discurso válido, óbvio que é, mas esqueceram de falar a linguagem da periferia, do trabalhador, dos marginalizados, talvez esse tenha sido o grande erro da direita.
No 7 de setembro do ano passado criou-se a ilusão de que tudo iria mudar com o apoio das forças armadas; não mudou, prevaleceu às urnas e o que dela veio, a vitória de Luís Inácio Lula da Silva.
Já no dia seguinte a vitória de Lula, blogs de direita alimentaram a ilusão de que algo extraordinário iria acontecer, que às forças armadas iria tomar o poder e impedir que Lula subisse a rampa do Planalto, isso não aconteceu.
Atrás de visualizações uma série de notícias eram vinculadas, incentivando milhares de pessoas permanecerem nas portas dos quartéis, com o pedido que bastava permanecer nas ruas por mais 72 horas. O que se viu foi que as 72 horas se estenderam por 72 dias e nada aconteceu.
O ano terminou, Bolsonaro deixou o país, os filhos se mantiveram calados e às forças armadas não se envolveram no embrolio político. Pessoas se sacrificaram na porta dos quartéis acreditando em notícias que nunca se concretizaram.
Agora é hora de trabalhar com a realidade, deixar de viver na ilusão utópica e colocar o Brasil na frente das disputas pessoais. Que o ano de 2023 seja de prosperidade. Torcer que o governo Lula de certo é torcer para o Brasil da certo. Se der errado temos 2026 para mudar.
Reportagem: Marcelo Rodrigues.