Gol nos minutos finais no Maracanã vem como castigo para um time que teve a bola, mas não soube o que fazer com ela mesmo atuando com um a mais boa parte do segundo tempo
A noite da última quinta-feira foi uma noite para o torcedor tricolor que compareceu ao Maracanã esquecer. Atuando com reservas, o Fluminense teve a bola, controlou o jogo, mas não conseguiu encaixar ofensivamente. O empate em 1 a 1 com gol no fim deixou um gosto amargo e atrapalhou o sono de quem pagou o ingresso, foi ao estádio e foi “ninado” por quase 90 minutos sonolentos. Mas não há motivos para insônia.
Sem as principais peças, o Flu seguiu o esquema de rodízio adotado por Fernando Diniz e pela comissão técnica neste início de temporada. Desde o início, o time alternativo do Flu trocou passes, atuou no campo adversário e pouco sofreu com as investidas do então lanterna Boavista.
Mas, mesmo com volume no campo ofensivo, o que vimos foi uma equipe de pouca criatividade, uma equipe que não sabia o que fazer diante da retranca adversária.
O gol tricolor saiu nos minutos finais de um primeiro tempo ruim, em boa jogada de Lima, que mandou para a área, para Kevem desviar de cabeça e marcar contra.
No segundo tempo, o Flu voltou mais consistente e criou uma boa chance de cara com Lima, que lutou pela bola na linha de fundo pelo lado direito, deu uma caneta e tocou para Marrony. O atacante rolou para Michel Araújo bater, mas o goleiro Fernando fez a defesa. Lima, aliás, neste jogo, foi o único que pediu chances na equipe principal.
Momentos depois, Léo Sheldon, do Boavista, recebeu o segundo amarelo e foi expulso por chegar com força excessiva em cima de Michel Araújo. O camisa 25 tomou dois cartões em três minutos e ficou apenas 11 minutos em campo.
Com um a mais, a tendência era que o Fluminense buscasse um placar mais elástico com o que o jogo se desenhava. Mas não foi o que aconteceu.
Felipe Melo até chegou a balançar a rede, mas pelo lado de fora, em chute dentro da área. Mas a falta de criatividade seguiu ditando o ritmo no segundo tempo.
Quando o placar parecia definido, André, que entrou na segunda etapa, levou perigo já na reta final em chance de fora da área. Porém, na sequência o pior aconteceu.
Fernando cobrou o tiro de meta com um chutão. A bola desviou no meio do caminho, ainda bateu em Guga, que vinha sendo um dos mais lúcidos em campo, e sobrou para Marquinhos. O camisa 9 disparou com liberdade e chutou na saída de Pedro Rangel para marcar. Um gol de empate que castigou uma equipe que teve a vitórias nas mãos, mas que não soube matar o jogo mesmo tendo totais condições.
Qualquer crítica nesta altura do ano certamente é excessiva. Mas fica o aprendizado em um jogo que valia a liderança do turno, porém, que não pode servir como parâmetro para nada dado o contexto da ópera: time reserva, muitos jogadores ainda fora de ritmo e buscando espaço em uma partida sem grandes emoções de início de temporada.
“Quando você faz tudo que você pode, um adversário faz algo extra série e você sofre, aí teria um outro sabor, mas hoje foi amargo. Nossa função é fazer o melhor que a gente pode e alegrar a torcida. O torcedor tem que ficar aborrecido mesmo, porque foi uma desatenção muito grande. Mas o que muda em relação ao time? Isso não muda nada. Seria muito cruel e injusto achar que uma bola no final do jogo muda tudo que você pensa. Mas, a gente acaba aprendendo nos erros”, Diniz.
Números de Fluminense 1 x 1 Boavista
Posse de bola: 67% x 33%
Finalizações: 20 x 6
Escanteios: 7 x 2
Faltas cometidas: 20 x 13
Passes completos: 639 (90%) x 164 (76%)
Passes incompletos 70 x 49
Desarmes: 15 x 15
Dribles certos: 7 x 1
Sem muito o que lamentar, os jogadores voltam ao trabalho no CT Carlos Castilho nesta sexta-feira. No próximo domingo, o Fluminense enfrenta o Botafogo, pela quinta rodada do Campeonato Carioca, às 18h (de Brasília), no Maracanã, no primeiro desafio do ano.
Fonte: GE FLU