Lira pode ser o presidente da Câmara com mais votos na história, mas sem orçamento secreto a seu favor

Política

Em entrevista a Natuza Nery, Paulo Celso Pereira avalia as consequências políticas da eleições para os líderes da Câmara e do Senado que ocorrem na próxima quarta-feira (1º).

Na próxima quarta-feira (1º) serão eleitos os nomes que comandarão a Câmara dos Deputados e o Senado do Congresso Nacional.
Na Câmara, Arthur Lira contabiliza quase 500 votos a favor de sua reeleição. Com os apoios tanto do PT de Lula quanto do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lira pode ser o presidente da Câmara com mais votos na história.

A previsão confirma o poder político de Lira, ainda que as ferramentas para perpetuá-lo sejam incertas: se garantir uma reeleição, o atual presidente da Câmara não terá mais o orçamento secreto como ferramenta. É o que explica Paulo Celso Pereira, editor executivo do jornal “O Globo”, do jornal “Extra” e da revista “Época”.

Em entrevista a Natuza Nery, Paulo Celso Pereira avalia as consequências políticas da eleições de quarta.
“Sem dúvida nenhuma, Arthur Lira sairá muito, muito forte dessa disputa. Agora, ele sai muito forte, só que sem o instrumento que ele usava nos últimos dois anos que era o orçamento secreto”, diz. “Resta saber agora qual vai ser o instrumento de poder que ele vai ter. Lula também é muito forte. É um líder muito popular [que] já esteve no cargo e tem uma base que ele tá construindo uma base aparentemente sólida.”
O jornalista avalia ainda que, uma vez que o Congresso eleito é “bastante conservador”, será difícil para Lula aprovar uma agenda progressista, embora tenha apoio quase consensual nas pautas reformistas.

Fonte: G1