Data marca início do ano legislativo e fim do mandato para senadores que ganharam em 2014, mas não conseguiram se reeleger em 2022.
Nesta quarta-feira (1º), início do ano Legislativo, terminam os mandatos de 18 senadores. Eles ou foram derrotados nas eleições passadas ou decidiram, por conta própria, deixar a vida pública.
Eleitos em 2014 para um mandato de oito anos, parte desses senadores ouvidos pelo g1 afirmou que deve abrir mão de cargos ou posições políticas – ao menos nos próximos meses. Outra, declarou que vai investir em projetos pessoais, como empresas de consultoria política e em fazendas.
Além desses 18 parlamentares, outros cinco já deixaram o Senado para assumir novas funções públicas no início do ano:
Alexandre Silveira (PSD-MG), que perdeu a reeleição e assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia;
Jean Paul Prates (PT-RN), que não disputou a reeleição e assumiu a presidência da Petrobras;
Jorginho Mello (PL-SC), eleito governador de Santa Catarina;
Mailza Gomes (PP-AC), eleita vice-governadora do Acre;
Simone Tebet (MDB-MS), que tentou se eleger presidente da República e virou ministra do Planejamento.
Futuro sem mandato
Veja abaixo quem são os senadores e quais são os planos deles a partir desta quarta.
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Após 14 anos no Senado, Acir Gurgacz deixará o Senado nesta quarta. Ele assumiu uma cadeira na Casa pela primeira vez em 2009, após o vencedor da disputa ao Senado em Rondônia ter o diploma cassado pela Justiça Eleitoral. Foi reeleito em 2014, mas não teve sucesso na tentativa em 2022. Ele ficou em quinto lugar e perdeu para o empresário bolsonarista Jaime Bagatoli (PL-RO).
O g1 tentou contato com o senador, mas ele não retornou até a última atualização desta reportagem.
Álvaro Dias (Podemos-PR)
Álvaro Dias tentou se reeleger nas últimas eleições. Ele, no entanto, foi superado por um de seus afilhados políticos, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil). Dias foi senador por dois períodos: entre 1983 e 1987; e entre 1999 e 2023.
Segundo a equipe do senador, ele ainda não tem projetos. “Está avaliando cenários e possibilidades de futuro, mas uma coisa é certa: vai ficar um pouco afastado da política em um primeiro momento.”
Dário Berger (PSB-SC)
Foi senador por somente um mandato, iniciado em 2015. Ao tentar se reeleger em 2022, ele perdeu para o bolsonarista Jorge Seif (PL).
A equipe do senador afirmou que ele recebeu convites para seguir na vida pública, mas ainda avalia qual caminho vai tomar. Nos próximos dias, ele deve voltar à administração das três empresas nas quais é sócio.
Elmano Férrer (PP-PI)
Elmano Férrer conquistou uma vaga no Senado somente uma vez, em 2014. Ele foi um dos senadores que abandonou a disputa para servir de puxador de voto para o partido no Piauí nas eleições para a Câmara dos Deputados. O senador, porém, não foi eleito deputado federal.
Ele disse que avalia como será o seu futuro político. A equipe dele, porém, diz que ele se coloca à disposição do PP para uma possível candidatura à Prefeitura de Teresina.
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)
Líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Senado, Fernando Bezerra Coelho não tentou se reeleger em 2022. Ele foi eleito senador somente uma vez em 2014 e chegou a ser vice-líder do governo Michel Temer (MDB) no Senado.
O g1 tentou contato com o senador, mas ele não retornou até a última atualização desta reportagem.
Fernando Collor (PTB-AL)
Presidente da República por dois anos, governador e deputado federal por Alagoas, Fernando Collor virou senador em 2007. Ele foi reeleito para mais um mandato em 2014. No último ano, Collor decidiu disputar mais uma vez o governo de Alagoas e perdeu para o aliado de Renan Calheiros (MDB-AL).
O g1 tentou contato com o senador, mas ele não retornou até o fechamento desta matéria.
José Serra (PSDB-SP)
Senador por dois períodos, José Serra decidiu disputar uma vaga na Câmara dos Deputados na tentativa de ser um dos puxadores de votos para o PSDB em São Paulo e não foi eleito. Serra já foi governador de São paulo e ministro em dois governos diferentes.
O g1 tentou contato com o senador, mas ele não retornou até a última atualização desta reportagem.
Kátia Abreu (PP-TO)
Kátia Abreu tentou se reeleger senadora em 2022, mas ficou em segundo lugar. Ela havia sido eleita pela primeira vez para uma cadeira na Casa em 2006 e foi reeleita oito anos depois.
Embora tenha participado do gabinete de transição do governo Lula, Kátia Abreu afirmou que ainda não tem projetos políticos para as próximas semanas. Segundo ela, está em avaliação a ida para a iniciativa privada.
Lasier Martins (Podemos-RS)
Lasier Martins deixa o Senado após um único mandato, iniciado em 2015. No último ano, ele tentou disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, com a intenção de ser um puxador de voto para o Podemos, e perdeu
A assessoria do senador afirmou que ele ainda não tomou decisão sobre o que vai fazer nos próximos meses. Jornalista e advogado, Lasier avalia retomar as carreiras.
Luiz do Carmo (PSC-GO)
Luiz do Carmo foi eleito suplente na chapa vitoriosa de Ronaldo Caiado (União Brasil) ao Senado em 2014. Ele assumiu definitivamente a cadeira quando Caiado venceu a disputa ao governo goiano em 2018. Carmo chegou a articular uma candidatura à reeleição, mas desistiu após avaliação do grupo político que apoiava a reeleição de Caiado em 2022.
O g1 tentou contato com o senador, mas ele não retornou até a última atualização desta reportagem.
Maria do Carmo Alves (PP-SE)
Maria do Carmo Alves foi a primeira senadora eleita por Sergipe e permaneceu na Casa por 23 anos. Ela se reelegeu por três vezes consecutivas. Em 2022, ela decidiu não disputar qualquer mandato.
O g1 tentou contato com o senador, mas ele não retornou até a última atualização desta reportagem.
Nilda Gondim (MDB-PB)
Nilda Gondim foi eleita suplente na chapa de Zé Maranhão em 2014. Ela assumiu a cadeira em 2021 após a morte do titular por covid-19. Ela é mãe do também senador Veneziano Vital do Rêgo e do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União.
Ao g1, ela disse que não pretende continuar na política. A equipe da senadora acrescentou que ela deve seguir somente com apoio aos filhos e se dedicar a projetos pessoais. “Ela quer por ora se dedicar mais à vida campestre, aos animais e ao sítio que tem perto de Campina Grande.”
Paulo Rocha (PT-PA)
Deputado federal por dois mandatos, Paulo Rocha se elegeu senador somente uma vez, em 2014. Ele seguiu decisão do diretório estadual do PT paraense e não disputou a reeleição em 2022.
Rocha disse que não deve concorrer à Prefeitura de Belém em 2024. Ele disse que há possibilidade de assumir um cargo no governo Lula.
Reguffe (Sem partido-DF)
Reguffe deixará o Senado após um mandato, iniciado em 2015. Ele chegou a cogitar concorrer ao governo do Distrito Federal, mas desistiu.
Sem partido, Reguffe disse ao g1 que ainda não decidiu se voltará à vida pública ou mesmo se vai se filiar a algum partido político. Ele declarou que tem analisado propostas de diversos setores, mas que vai esperar.
Roberto Rocha (PTB-MA)
Eleito para um mandato em 2014, Roberto Rocha tentou se reeleger em 2022, mas foi superado por Flávio Dino (PSB).
Rocha deve se dedicar nos próximos meses a terminar a montagem de uma empresa de consultoria política. Ele não descarta, porém, retornar à vida pública.
Rose de Freitas (MDB-ES)
Primeira mulher eleita para o Senado pelo Espírito Santo em 2014, Rose de Freitas disputou a reeleição em 2022. Ela perdeu, porém, para Magno Malta (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O g1 tentou contato com o senador, mas ele não retornou até a última atualização desta reportagem.
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Tasso Jereissati chegou a ser cogitado como candidato a vice-presidente na chapa de Simone Tebet (MDB) ao Planalto. Ele recusou. Senador por dois mandatos e governador do Ceará, Tasso não pretende voltar a concorrer em eleições.
Ele relatou que vai seguir atuando como empresário. A assessoria do senador acrescentou ainda que ele deve ficar fora da vida pública, mas espera seguir contribuindo com cargo na direção do PSDB.
Telmário Mota (PROS-RR)
Telmário Mota tentou se reeleger em 2022, mas não foi eleito. Ele deixará o Senado após um mandato, iniciado em 2015.
Ele disse que “não tem pretensão nenhuma de ocupar cargo público”. O senador afirmou ainda que quer investir em uma propriedade agrícola comprada por ele. “Vou cuidar um pouco da minha vida privada. Tenho uma fazendinha que comprei e vou cuidar disso”, afirmou.
Fonte: G1