Número de vagas para esses profissionais, no entanto, diminuiu 5% em relação a 2021, segundo o portal especializado TransEmpregos.
Levantamento do portal TransEmpregos mostra que, em 2022, o número de vagas para profissionais trans diminuiu 5% em relação a 2021. Por outro lado, o número de profissionais empregados cresceu 40%.
Em 2021, foram 4.204 vagas anunciadas no site e 797 profissionais empregados através da plataforma. Além disso, havia 1.434 empresas parceiras.
Já no ano passado foram 4.002 oportunidades anunciadas, 1.113 profissionais foram empregados e havia 2.202 empresas parceiras.
No último domingo (29) foi celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans, que entre os objetivos estão a luta pelos direitos das pessoas trans e o combate à transfobia.
Escolaridade e regiões
Quanto à escolaridade dos profissionais contratados, 38,8% têm ensino médio concluído, 31,6% nível superior, 12,2% são estagiários, 8,7% são jovens aprendizes, 7,1% possuem ensino fundamental e 1,5% são trainees.
Entre as áreas com mais oportunidades oferecidas, o destaque ficou com Tecnologia (22,9%), Varejo e Comércio (10,4%), Serviços (9,7%), Agências de Turismo (6,9%) e Bebidas e Alimentos (4,2%).
O Sudeste foi a região com mais oportunidades, com 61,8% do total, seguido pelo Rio de Janeiro (8%), Minas Gerais e Paraná (2,8% cada) e Distrito Federal (1,9%). Outros 17,5% das oportunidades são remotas.
O número de homens e mulheres trans negros cadastrados na plataforma correspondem a 48,43%, enquanto brancos são 47,70%, amarelos são 1,91% e indígenas são 0,81%. A maioria tem nível médio (58,57%), seguidos pelo nível superior (35,15%), fundamental (3,32%) e mestrado (2,96%).
Baixa representatividade
Para Tábata Silva, gerente do Empregos.com.br, ainda é baixa a representatividade de pessoas trans em empregos formais.
“Ainda precisamos acelerar rumo à equidade de oportunidades. A contratação de pessoas trans é sinônimo de valorização da diversidade nas empresas”, afirma.
Para ela, é fundamental dar oportunidades para profissionais que representam as minorias quando o assunto é diversidade de gêneros, como pessoas trans, travestis, não-binárias, entre outros gêneros.
“O respeito pelas diferentes identidades de gênero e orientações sexuais dentro das organizações tem sido uma forte bandeira de inclusão e diversidade”, diz.
Segundo Tábata, ainda faltam políticas de inclusão para o mercado de trabalho no Brasil.
“A realidade desse grupo minoritário que lida com transfobia, falta de visibilidade e de acesso em diversos âmbitos da vida é muito triste. O preconceito e a reprodução das violências e exclusões são marcas na vida dessas pessoas, mesmo quando elas estão empregadas. Por isso, o ambiente corporativo deve ser plural, acolhedor, seguro e motivador para todos. E o primeiro passo são as oportunidades formais no mercado de trabalho”, diz a especialista.
Fonte: G1