Dólar fecha em alta, com mercado repercutindo política monetária no Brasil e EUA

Economia

A moeda norte-americana subiu ,0,51%, vendida a R$ 5,1991.

O dólar fechou a sessão desta terça-feira (7) em alta, na medida em que investidores repercutiam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta manhã e seguiam atentos a eventuais sinalizações sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Além disso, também pesam no mercado as falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Banco Central do Brasil.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana subiu 0,51%, cotada a R$ 5,1991. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar teve alta de 0,49% e fechou vendido a R$ 5,1726, mas chegou a bater R$ 5,21 no decorrer do pregão. Com o resultado de hoje, acumula alta de 2,48% no mês e 1,00% na semana. No ano, no entanto, ainda tem perda de 1,49%.

O que está mexendo com os mercados?
No noticiário local, o principal destaque do dia fica com o Copom, que divulgou a ata de sua última reunião nesta manhã, sinalizando cautela com o percurso inflacionário no Brasil.
O Comitê afirmou que houve uma piora das expectativas de inflação de prazos mais longos e acrescentou que permanecerá “vigilante” para buscar as metas fixadas, podendo manter os juros altos por um período “mais prolongado” do que o previsto anteriormente, ou até mesmo elevá-los.
Juros mais altos no Brasil aumentam a rentabilidade dos títulos de renda fixa nacionais, o que atrai capital estrangeiro para o país e valoriza o real em detrimento do dólar e moedas de outras divisas.
Além disso, o mercado segue atento às recentes sinalizações do presidente Lula, que na véspera se posicionou contra as últimas decisões do Banco Central e disse “que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”.
Durante evento de posse de Aloizio Mercadante como novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula disse que o Brasil tem uma “cultura” de juros altos que “não combina com a necessidade de crescimento” do país e criticou a decisão do Copom de manter a Selic, taxa básica de juros, em 13,75% ao ano na última semana.

Já nos Estados Unidos, investidores ficaram de olho no discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, após dados fortes do mercado de trabalho norte-americano mostrarem que a atividade econômica americana segue acelerada.
Na semana passada, o Fed elevou na semana passada a meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual, uma alta menor que as anteriores. Mas o último relatório de empregos nos Estados Unidos, com resultados fortes e acima do esperado, renovou as preocupações sobre o patamar de juros necessários para trazer a inflação do país de volta para a meta.
Dados do Departamento do Trabalho dos EUA divulgados na sexta-feira mostraram que a criação de empregos no país acelerou em janeiro, com abertura de 517.000 postos de trabalho fora do setor agrícola e a taxa de desemprego caindo para 3,4%, menor nível em 53 anos e meio.
“O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse ontem que os fortes dados de emprego levantam a possibilidade de que o banco precise aumentar as taxas de juros para um pico mais alto do que o esperado anteriormente”, explicam os analistas do banco.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos daquele país, considerados os mais seguros do mundo. Com retornos mais atrativos, investidores tendem a migrar para a renda fixa americana, o que pode impactar negativamente os ativos de risco, como as moedas de países emergentes e os mercados de ações.

Fonte: G1