Papa fala para às mulheres

Igreja

“A mulher tem a capacidade de ter três linguagens juntas: a da mente, a do coração e a das mãos. Ela pensa o que sente, sente o que pensa e faz, faz o que sente e pensa.”

Este é o cerne do breve, mas intenso discurso que o Papa Francisco proferiu à redação de “Donne-Chiesa-Mondo” (Mulheres-Igreja-Mundo), a revista mensal do jornal vaticano, L’Osservatore Romano.

O Papa agradeceu à coordenadora, Rita Pinci, e sublinhou o seu prazer pela leitura do jornal: “Leio Donne-Chiesa-Mondo desde o tempo da coordenação da professora Scaraffia: sempre leio, porque gosto deste desafio que já se encontra no título”.

Depois acrescentou: “As mulheres têm uma capacidade de gerir e pensar que é totalmente diferente de nós e também, eu diria, superior a nós, de outra forma. Vemos isso também no Vaticano: onde colocamos as mulheres, as coisas mudam imediatamente”, continuou.

“Vemos isso no dia a dia. Eu me lembro de um bom sindicalista, já falecido, que me disse que aos 20-21 anos entregou-se à boa vida e morava com a mãe, ambos pobres, e ele dormia na entrada de casa. Pela manhã, ainda embriagado da noite anterior, via a mãe que saia do quarto, parava, olhava para ele com ternura e ia trabalhar como empregada doméstica por um salário mínimo. Foi aquele olhar ‘forte e manso que um dia tocou meu coração e eu mudei’, me disse ele. Aquele homem se tornou um grande sindicalista.”

“Uma vez perguntei a Von der Leyen [presidente da Comissão Europeia]: ‘A senhora é médica e tem sete filhos, para os quais telefona todas as tardes; me diga: como conseguiu desbloquear aquela oposição do Relatório da União Europeia sobre a Europa durante a Covid, a questão do Benelux e algum outro país que se opôs?’ Ela olhou para mim e em silêncio começou a gesticular e no final disse: ‘Como nós, mães, fazemos’.” É assim, é outra estrada, é outra categoria de pensamento, mas não só pensamento: pensamento, sentimento e obras”.

“Por isso, gosto de ler e encorajar este jornal mensal, e não é uma espécie de feminismo clerical do Papa, não! É abrir a porta para uma realidade, uma reflexão que vai além.”
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