A Primeira Câmara Criminal do Rio de Janeiro também mudou o regime da condenção que inicialmente seria aberto, e agora passa para fechado. De acordo com o MP, Maxwell Simões Correa era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam no apartamento de Ronnie Lessa.
A Primeira Câmara Criminal do Rio de Janeiro negou nesta terça-feira (14) o recurso do ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, que pedia absolvição por ausência de provas no processo em que foi condenado por atrapalhar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.
Caso Marielle: veja 10 perguntas sem respostas 5 anos após o crime
Por unanimidade de votos, os desembargadores negaram o pedido e ainda atenderam um apelo do Ministério Público para aumentar a pena de quatro para seis anos, e mudar o regime de aberto para fechado.
Em fevereiro de 2021, Maxwell foi condenado a quatro anos de prisão por obstrução de Justiça no caso Marielle, e autorizado pelo juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da 19ª Vara Criminal, a cumprir a pena em regime aberto e que prestasse serviços à comunidade.
“Por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, desprover o recurso defensivo e prover, em parte, o apelo Ministerial, para estabelecer a pena definitiva em 06 anos e 09 meses de reclusão e 22 dias-multa, estabelecer o regime inicialmente fechado, para o cumprimento da pena corporal”, determinava a sentença desta terça, (14).
O aumento da pena e a mudança de regime acontece em um 14 de março, mesma data em que Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos há cinco anos.
Maxwell Simões Correa foi preso em junho de 2020 e, de acordo com o MP, era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam num apartamento de Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do assassinato da vereadora e de seu motorista.
Ex-bombeiro está em prisão domiciliar
Atualmente o ex-bombeiro encontra-se em prisão domiciliar para tratamento de saúde. Ele, que estava preso por causa da Operação Calígula, que mirou envolvidos com a contravenção e a organização criminosa de Rogério de Andrade, fez cirurgia para retirada de pedra na vesícula, a chamada colecistectomia, e segue em tratamento.
Procurados, os advogados Norley Lauand e Charles Santolia, que representam Maxwell Simões Correa, não foram encontrados para comentar a nova pena, nem para dizer se pretendem recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça.
Relembre o caso
Marielle e Anderson foram atingidos por tiros de uma submetralhadora por homens em um carro que seguia o que eles estavam, na Região Central do Rio, em 14 de março de 2018.
Ronnie Lessa é apontado na denúncia do Ministério Público como o autor dos disparos. Ele estaria no banco de trás do Cobalt que perseguiu o carro da vereadora. Segundo a investigação, Élcio de Queiroz dirigia o Cobalt usado para perseguir as vítimas.
Só em 12 de março de 2019, dois dias antes de completar um ano do crime, os dois foram presos. Até hoje, não se sabe quem mandou matar Marielle.
Fonte: G1