Governo estima crescimento do PIB de 1,6% em 2023 e vê novo estouro da meta de inflação

Economia

Fazenda divulgou estimativas para a economia neste ano. Se confirmado, crescimento de 1,61% significará desaceleração da atividade econômica em relação a 2022, que registrou alta de 2,9%

O Ministério da Fazenda estimou nesta sexta-feira (17) um crescimento de 1,61% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023.
A informação consta do Boletim Macrofiscal, divulgado pela Secretaria de Política Econômica.
Essa é a primeira previsão do PIB de 2023 divulgada pela nova equipe econômica, do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa do Ministério da Fazenda representa desaceleração frente ao ano de 2022, quando a economia registrou uma alta de 2,9%.
De acordo com o governo, a desaceleração da economia neste ano está relacionada, entre outros fatores, com os “efeitos contracionistas da política monetária [alta dos juros pelo Banco Central para combater a inflação] sobre o ciclo econômico e sobre o mercado de crédito”.
Essa é uma nova referência da equipe econômica ao processo de alta dos juros, conduzido pelo Banco Central para tentar conter as pressões inflacionárias.
O BC autônomo, comandado por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, já foi alvo de ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em razão da taxa básica de juros, atualmente em 13,75%.
Para 2024, o Ministério da Economia projetou um crescimento de 2,34% para o PIB brasileiro.
Outras previsões
Apesar previsão de desaceleração, a estimativa do governo federal ficou bem acima da projeção do mercado financeiro, fruto de coleta feita pelo BC na última semana com mais de 100 bancos, e também do próprio Banco Central no fim do ano passado.

Na semana passada, o mercado financeiro projetou uma alta de 0,89% para o PIB deste ano e de 1,5% para 2024.
Em dezembro de 2022, o Banco Central, autônomo e chefiado por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, divulgou uma previsão de alta de 1% para o PIB de 2023.
Já o antigo Ministério da Economia, também da gestão anterior, estimou em novembro de 2022 que a economia teria uma expansão de 2,1% neste ano.
Endividamento em alta
O Ministério também informou que a desaceleração deve ocorrer tanto no setor de serviços quando na indústria, e também citou o alto nível de endividamento como razão para a alta menor do PIB.
“O elevado endividamento e comprometimento de renda da população deve afetar o ritmo das atividades no setor de serviços, apesar das medidas de proteção social previstas (elevação real do salário-mínimo, maior faixa de isenção de IR e os novos programas Bolsa Família, e Desenrola)”, acrescentou.
Inflação
O Ministério da Fazenda também estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 somará 5,31%.
Para este ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

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Se confirmado, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022, a inflação somou 5,79%.
Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Para 2024, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda estimou que a inflação oficial, medida pelo IPCA, somará 3,52%.
A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Fonte: G1