Se dentro de campo o Flamengo vive alguns dias de paz, após a classificação para a final do Campeonato Carioca, fora dele o clima é de tensão. O atual presidente do clube, Rodolfo Landim, admitiu a chance de disputar um terceiro mandato nas eleições de 2024. Porém, o antecessor, Eduardo Bandeira de Mello, trata a movimentação política como “ferimento às tradições democráticas” do Rubro-Negro, em entrevista exclusiva ao Coluna do Fla.
“A possibilidade de um terceiro mandato do atual presidente não existe. É vedada pela Lei Pelé e pela Lei do Profut. Mas ele pode indicar um candidato para concorrer normalmente dentro das normas legais e estatutárias. Como uma iniciativa que não tem amparo na lei nem no estatuto, além de ferir as tradições democráticas do Flamengo”, disse Eduardo Bandeira de Mello.
“Não acredito que a inciativa (de Landim ser candidato) prospere. Se insistirem, é obrigação de todo rubro-negro se opor através dos instrumentos democráticos possíveis. Acho que os rubro-negros devem se manter atentos a qualquer manobra casuística ou ilegal”, acrescentou o presidente do Flamengo entre os anos 2013 e 2018.
Eleito em 2018 para o triênio 2019-2021, Rodolfo Landim ganhou as eleições presidenciais no ano retrasado para a gestão entre 2022-2024. O estatuto do Flamengo não prevê mais de dois mandatos, porém, conselheiros do clube desejam realizar uma alteração no estatuto para permitir nova candidatura. Caso a mudança seja aprovada e consiga vencer o pleito, o dirigente ficaria no cargo até 2027.
Presidente do Flamengo de 2013 a 2018, Eduardo Bandeira de Mello fez parte da Chapa Azul, eleita em 2012, que, na formação original, tinha a presença de Rodolfo Landim. O atual presidente diz que o antecessor não cumpriu o trato de que nenhum participante do grupo tentaria a reeleição. Este foi um dos motivos do ‘racha’ em 2015. Ao ser questionado pelo Coluna do Fla se pretende se candidatar em 2024, o atual deputado federal foi enfático.
“Como já disse, não tenho essa intenção. Embora possa apoiar uma candidatura que resgate os princípios de profissionalismo, impessoalidade, transparência e boa governança que marcaram a nossa administração”, disse Eduardo Bandeira de Mello, que apoiou Ricardo Lomba nas eleições de 2018.
Enquanto Eduardo Bandeira de Mello mantém cautela para tratar o assunto, conselheiros e apoiadores de Rodolfo Landim se articulam nos bastidores do clube. O maior temor da oposição, diga-se de passagem, é a implantação da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) no Flamengo. Tema que, inclusive, é posto em discussões aos poucos pela gestão atual.
Fonte: Coluna Fla
