Ator denuncia padre por pregar contra a homossexualidade e bispo de Nova Friburgo pede desculpa

Igreja

O bispo de Nova Friburgo (RJ), dom Luiz Antonio Lopes Ricci disse hoje (2), em nota que lamenta “profundamente o ocorrido com o ator Bernardo Dugin, durante a Santa Missa de 30 de abril, na capela do colégio Nossa Senhora das Dores, em Nova Friburgo”.

“Pedimos perdão às pessoas que se sentiram ofendidas e reafirmamos aquilo que é recorrente nas orientações do bispo para os padres e leigos: misericórdia, respeito, diálogo, tolerância e reconciliação”, disse dom Luiz Antonio.

Dugin disse em um vídeo que foi a 151ª DP de Nova Friburgo (RJ) e “fez um registro de ocorrência contra um crime”. O ator acusa o padre Antonio Carlos dos Santos de ter feito “um discurso de ódio, discurso homofóbico”.

O caso aconteceu no domingo (30), na capela do colégio Nossa Senhora das Dores, em Nova Friburgo, durante uma missa de 7º dia de um familiar do ator Bernardo Dugin.

Segundo o ator, o padre Antonio Carlos dos Santo havia dito várias “barbaridades” “na hora da homilia” e que “‘o demônio está entrando na casa das pessoas de diferentes formas para destruir as famílias na representação da união de pessoas do mesmo sexo, homem com homem, mulher com mulher.”

Agora o senhor vai ter que responder na Justiça pelo crime que cometeu”, declarou o ator sobre o padre.

A doutrina católica sobre homossexualidade está resumida em três artigos do Catecismo da Igreja Católica: 2.357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atração sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que «os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2.358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação, Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

2.359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

A diocese informou na nota enviada a ACI Digital que amanhã (3) publicará “uma nota com o pronunciamento do padre Antônio Carlos dos Santos, sacerdote envolvido no caso”.

Na legenda de seu vídeo ele também escreveu que “a igreja e a liberdade de expressão não podem servir como escudo para propagação de ódio e preconceito”.

O colégio Nossa Senhora das Dores publicou comunicado sobre o caso e relatou que “a indicação de sacerdotes para as liturgias da capela do CNSD é de inteira responsabilidade da diocese de Nova Friburgo”.

“Comungamos com a perspectiva do papa Francisco sobre o Evangelho verdadeiro de Jesus: amar e respeitar, sem distinção, todas as pessoas como irmãos. Isso supõe total respeito e acolhimento às diferenças e recusa obstinada a toda e qualquer forma de discriminação”, enfatizou o colégio da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia.

Fonte: acididital