Verdão deixa classificação encaminhada em um cenário que poderia se complicar com possível derrota fora de casa; Abel parece ter encontrado o equilíbrio em formação que pode ser a ideal
A vitória do Palmeiras sobre o Barcelona de Guayaquil por 2 a 0, na última quarta-feira, fora de casa, valeu muito mais que os três pontos que deixam sob controle a classificação para a próxima fase da Conmebol Libertadores.
Sob comando de Abel Ferreira, o risco da “palmeirada” tão temida por torcedores em outros tempos deixou de existir. O “novo” Palmeiras é um time que trocou o receio da derrota e das eliminações precoces por confiança no processo e na competitividade.
Mas o Barcelona de Guayaquil, terceiro colocado do Campeonato Equatoriano, faz jus a uma análise tão confiante? Pode até ser que não, mas uma derrota no jogo desta quarta poderia representar um cenário perigoso para o Palmeiras na partida contra o Cerro Porteño, no Paraguai.
A derrota deixaria o Verdão com apenas três pontos e tendo um jogo decisivo fora de casa. Claro que o time ainda teria sobrevida ao receber Barcelona e Bolívar em casa nas rodadas seguintes, mas sem margem para qualquer erro.
– Experiência, acho que hoje fomos uma equipe com experiência. Teríamos de ser fieis à nossa forma de jogar. Não era um jogo decisivo, mas era importante para nós. Fizemos um jogo consistente, sólido, de uma equipe que sabia o que queria do primeiro ao último segundo – disse Abel ao analisar a vitória fora de casa.
E ao não dar margem para qualquer conta, o Palmeiras provou ser o time brasileiro mais competitivo e temido na América do Sul. Nos últimos cinco anos, levando em consideração os jogos da fase de grupos, o Verdão soma 33 partidas, com 28 vitórias, dois empates e apenas três derrotas.
No Equador, em um jogo tranquilo e de autocontrole, Abel parece também ter encontrado um time que pode ser considerado titular. Ou ao menos a formação que mais vezes será vista na sequência da temporada
Com exceções de Marcos Rocha (lesionado) e Murilo (que deixou o campo aos 26 minutos de jogo), o time que iniciou o jogo pode ser considerado o preferido de Abel, pelo menos neste momento. Sendo assim, o time ideal e titular teria: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Zé Rafael, Gabriel Menino e Raphael Veiga; Artur, Dudu e Rony.
Artur era o equilíbrio que faltava ao elenco. O camisa 14 pode não aparecer tanto para o jogo, assim como Dudu em um recorte mais recente, mas é fundamental na recomposição defensiva e em um esquema tático que Abel gosta de usar.
O técnico perde peças, mas consegue se reconstruir e manter o seu time atuando em alto nível. E essa fórmula ninguém conseguiu repetir no Brasil.
O Palmeiras caminha para uma classificação tranquila na Conmebol Libertadores. Com dois dos três jogos restantes da primeira fase em casa, é difícil imaginar que um time tão consistente e competitivo perca o fôlego e deixe escapar uma das duas vagas do Grupo C na próxima fase.
Fonte: Ge