Altitude e time misto fazem equipe tricolor perder um jogo aceitável de sair com a derrota dada a sequência de jogos e a boa situação na Libertadores
Se já seria difícil sair com a vitória de La Paz com o time titular por causa da altitude de 3.600m, a partir do momento que Fernando Diniz escolhe poupar os jogadores e ir com boa parte do time reserva, a possibilidade vai quase inteira embora. A derrota do Fluminense por 1 a 0 para o The Strongest ficou até barata, dado o tanto que Fábio trabalhou e as bolas que pararam na trave. Não que a opção do técnico estivesse errada. A chance de vencer mesmo com o time titular também era menor e ainda havia o risco de machucar alguma outra peça.
Enquanto teve fôlego, o time tricolor chegou a levar algum perigo para o gol boliviano. Apostando nos ataques principalmente pelo lado direito do campo com Lelê e John Kennedy se alternando e Guga no apoio, o Flu conseguiu levar um perigo. Mas só começou a criar chances consideráveis após já estar perdendo. Porém, depois da primeira metade da etapa inicial o ar rarefeito pareceu pesar e os jogadores não conseguiam mais controlar o jogo.
O gol, por si só, não teve relação com a altitude. Diniz reconheceu que foi erro de marcação e que a jogada do escanteio era trabalhada. O cronômetro marcava quatro minutos e parecia que a pressão boliviana se tornaria insustentável, principalmente no segundo tempo com o time ainda mais cansado pela falta de ar. Mas as chegadas do “Tigre” foram atrapalhadas pelo recordista da noite.
Fábio salvou o saldo de gols do Fluminense. Todos os tricolores que encontrei a caminho do estádio e perguntei como achavam que seria o jogo comentaram que um empate estava de bom tamanho. Os bolivianos sabem que a menor resistência do ar torna a bola mais veloz e chutavam sempre que possível para tentar surpreender o experiente goleiro. Talvez não contassem com uma noite espetacular do camisa 1 e capitão tricolor que se tornou o brasileiro com mais jogos em Libertadores. Noite daquelas de almanaque e para lembrar sempre em jogos futuros.
Foram ao menos seis grandes defesas do goleiro de 42 anos. Fábio mostrou uma vez mais que a torcida não canta que ele é melhor goleiro do Brasil à toa. A partida que fez, foi memorável e importantíssima para as pretensões do Fluminense no restante da Libertadores. O saldo de gols da equipe é o melhor da competição (seis, empatado com o Bolívar).
Natural que o torcedor tricolor saia chateado com o placar, mas ele também compreende. Do lado dos bolivianos, claro que ficaram contentes com a vitória, mas a impressão que dava para ter sido mais ficou. Nas duas próximas rodadas do grupo, podem ter sido as defesas de Fábio em La Paz que definiram o destino dos times classificados para as oitavas de final.
Vale também destacar as estreias na noite. Por mais que o lado esquerdo não tenha funcionado muito bem, é compreensível já que Esquerdinha, de 17 anos, fazia a primeira partida como profissional. E, na frente dele estava Isaac, outro garoto que estreava no time titular do Flu. A outra novidade foi Kauã Elias. Joia tricolor também do Sub-17, ele entrou nos minutos finais na primeira vez em que foi relacionado. Não conseguiu mostrar muita coisa, é verdade, mas a esperança de mais minutos para o jovem está aí.
Mesmo com a derrota, o Fluminense é o líder do Grupo D, com nove pontos em quatro jogos. The Strongest aparece em segundo, com seis, enquanto Sporting Cristal e River têm quatro cada. O próximo jogo também será fora de casa, no Monumental de Núñez, contra o River Plate, dia 7 de junho (quarta-feira).
Antes disso, porém, enfrenta o Corinthians, neste domingo, às 16h (de Brasília), na Neo Química Arena, pela oitava rodada do Brasileirão. Depois encara o Flamengo, quinta, pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. E, na sequência, pega o Red Bull Bragantino.
Fonte: Ge
