Análise: Fluminense ativa “modo três pontos” e ganha respiro para batalha na Argentina

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Time tem lampejos de “Dinizismo” no primeiro tempo, se fecha na segunda etapa e usa até chutões quando necessário para voltar a vencer contra o Bragantino

A vitória do Fluminense em cima do Bragantino por 2 a 1, no último domingo, no Maracanã, foi o triunfo da necessidade e da retomada da confiança. Vindo de um empate e quatro derrotas consecutivas, o time até viveu lampejos do “Dinizismo” de outrora no primeiro tempo, mas ativou o “modo três pontos” na segunda etapa para se moldar e até mesmo aplicar chutões em busca do respiro tão necessário neste momento

Com o duelo contra o River Plate na Argentina pela frente na próxima quarta-feira, que pode definir os rumos do Grupo D da Libertadores, o time deu fim ao jejum incômodo sem espetáculo. Após um primeiro tempo consistente, na etapa final chegou até a fechar a casinha na defesa, ciente de que a vitória agora era mais importante do que qualquer grande atuação.

O Bragantino começou a partida melhor e com mais intensidade, tentando explorar os erros do Fluminense. Claramente sentindo a fase adversa, o Flu conseguiu suportar este início e, apoiado pela torcida, conseguiu dois gols para mudar o panorama da primeira etapa.

Aos 26, o incansável Arias conseguiu um contragolpe pelo lado direito. O colombiano, que nos últimos jogos teve que abandonar características de ponta para se doar ainda mais fisicamente ao time, encontrou Ganso na entrada da área. O camisa 10 – o último a marcar antes da sequência negativa sem gols do time – não perdoou. Marcou um golaço em chute de primeira.

Minutos depois, em cobrança de escanteio ensaiada, o Fluminense conseguiu desestruturar a linha defensiva do Bragantino na área. Ganso buscou Lima, que chutou de primeira. A bola bateu na trave e sobrou para Felipe Melo fazer o segundo. Com placar favorável, o Flu seguiu melhor até o intervalo, com posse de bola e criando mais.

Jogo ganha novo panorama no segundo tempo
Na segunda etapa, com modificações, o Bragantino voltou com mais volume de jogo e impondo um ritmo forte ofensivo, coroado com um gol aos oito minutos. Borbas chutou da entrada da área do Tricolor e surpreendeu a defesa. Fábio, que foi destaque nos 45 minutos iniciais, sequer pulou na bola. Já estava vencido no lance.

Após ver o adversário diminuir o placar e passar por um momento melhor, Diniz colocou Lelê em campo para dar mais velocidade ao time. O atacante se movimentou bem e tentou auxiliar Arias, o único jogador que corria com a bola de forma consciente na equipe tricolor.

Com o Bragantino em busca do empate e com todo o peso nos ombros de não deixar a vitória escapar, o Flu se fechou na reta final com as entradas de Thiago Santos e David Braz. Diferente de outros momentos, vimos a equipe até evitar a saída curta para não correr riscos em algumas ocasiões. Em lance ofensivo, em falta na intermediária pelo lado direito, o time tentou até golpear com bola alçada na área para vencer a disputa no alto em busca do terceiro gol.

Como o objetivo era a vitória, o Fluminense cumpriu o seu papel. Soube sofrer no fim, se adaptar ao que o confronto pedia e voltou a triunfar após 22 dias, sem focar no brilhantismo.

É claro que a vitória não cura a dor da eliminação na Copa do Brasil e nem apaga a sequência negativa vivida, mas pode significar uma virada de página. E, sobretudo, melhora o ânimo para o jogo desta quarta-feira, contra o River Plate, no Estádio Monumental.

“Alívio é uma palavra difícil, um pouco de paz interna… mas do meu eu, o que sinto mais alegria é quando o time mostra sinais dentro de campo”, Diniz.
Líder do Grupo D com nove pontos, o Fluminense garante a vaga para as oitavas da Libertadores com uma vitória ou até mesmo um empate. Um bom resultado em Buenos Aires pode ser a resposta que o time e a torcida precisam neste momento de retomada. A bola rola às 21h30 de Brasília.

Fonte: Ge