Dirigentes cogitam pedir formalmente a demissão de Luiz Mello, mas ele tem respaldo da empresa. Conselheiros acusam CEO da SAF de ter tomado posse como sócio do Flamengo
Se o time não vai bem no Brasileirão, o ambiente fora de campo no Vasco está ainda pior. A relação entre SAF e clube associativo vive momento muito conturbado, dias antes da reunião do Conselho de Administração, com participação da cúpula da 777 Partners, marcada para a próxima quarta-feira
Há um grande distanciamento entre o clube e a gestão da SAF, com acusações das duas partes, chegando ao ponto de dirigentes do Vasco associativo cogitarem pedir formalmente na reunião a demissão de Luiz Mello, CEO da SAF. Entre diversas razões de insatisfação, há o entendimento de que falta proatividade em pleno momento de crise do futebol.
Na visão da 777 Partners, o aporte financeiro previsto em contrato foi feito e. Com tamanho investimento, mais de R$ 100 milhões injetados em reforços, o clube deveria estar melhor no Brasileirão. Em outras palavras, é possível afirmar que a situação do diretor-esportivo Paulo Bracks é menos tranquila do que a de Mello.
Nicolas Maya, diretor de operações de futebol do grupo, desembarcou recentemente no Rio de Janeiro para acompanhar o dia a dia do futebol. Trata-se de uma visita rotineira. O dirigente costuma visitar o Vasco com frequência.
Na próxima semana há a expectativa de que Johannes Spors, diretor-esportivo da 777, venha ao Brasil. Algo que também estava previsto. Ele vai participar presencialmente da reunião do Conselho de Administração da SAF do dia 21 e acompanhar a partida conta o Goiás, em São Januário, válida pela 11ª rodada do Brasileiro.
Foi de Johannes a indicação para contratação do técnico Maurício Barbieri, hoje muito pressionado no cargo, por exemplo.
O ambiente é delicado inclusive entre a gestão da SAF e o futebol, com insinuações internas de “fogo amigo”. No dia 25 do mês passado, antes de uma coletiva de Gabriel Pec, Bracks e Mello apareceram juntos, para um papo informal com jornalistas. O objetivo era desmentir o boato de que havia atrito entre eles.
Bracks queria ter concedido entrevista naquele dia, momento em que o Vasco já estava imerso na crise, mas não teve autorização de cima. Cinco dias depois, dessa vez autorizado a falar, ele abriu sua coletiva dizendo: “Eu queria ter falado na semana passada, mas está superado…”.
A contratação de Bracks foi uma escolha da 777 e não teve participação do CEO Luiz Mello.
Salgado irritado em São Januário
Além das desavenças entre clube associativo e a gestão da SAF, dirigentes têm convivido com cobranças dos conselhos. Dirigentes da SAF recentemente foram convocados para prestar esclarecimentos no Conselho Deliberativo sobre o momento do futebol.
Foram convocados Jorge Salgado e Roberto Duque Estrada, representantes do clube no Conselho de Administração da SAF, além de Mello e Bracks. A reunião deveria ocorrer nesta terça, mas foi adiada em razão de uma viagem de Duque Estrada, que retorna ao Brasil na próxima semana.
Membros do Conselho Fiscal também convocaram uma reunião extraordinária para conhecer e discutir questões relacionados à fiscalização da SAF. A convocação é para que Marco Schroeder , membro do Conselho Fiscal da SAF indicado pelo Vasco, explique como tem sido feita a fiscalização. O documento é assinado pelo presidente do Conselho Fiscal do clube, João Marcos Gomes de Amorim.
Em meio a tantos problemas e desgaste, faísca vira incêndio. Em um jogo recente, em São Januário, por exemplo, o presidente Jorge Salgado esqueceu seu ingresso e teve dificuldades para entrar no estádio. A nova equipe de operação de jogos não reconheceu o dirigente, que conseguiu entrar após algum tempo. O fato deixou o presidente do Vasco consternado.
Fonte: Ge