Análise: qualidade faz justiça ao Flamengo de Arrascaeta, que buscou a vitória do início ao fim

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Rubro-negros têm dificuldade para furar ferrolho na etapa inicial, mas desencantam no segundo tempo através da superioridade técnica

O Flamengo conseguiu virada por 2 a 1 no Maracanã diante de uma retranca muito bem montada pelo Athletico-PR. Venceu porque tem mais qualidade e também pela presença de uma liderança técnica que sobrou pelo segundo jogo consecutivo: Giorgian de Arrascaeta.

Sofreu no primeiro tempo para furar o ferrolho e foi pouco criativo. E, mais do que isso, ao longo do jogo, teve apenas cinco chances claras. Todas, porém, foram construídas com qualidade capaz de vencer um sistema defensivo sólido – aliás, a defesa rubro-negra também foi muito bem.

Com uma formação escolhida para privilegiar a posse de bola e municiar Pedro, o Flamengo começou a partida – e terminou – de forma dominante. Mas foi surpreendido logo no início com um gol nascido em falha individual de Erick Pulgar – os rubro-negros reclamaram de falta, mas é fato que o chileno demorou a tomar decisão na jogada.

O Flamengo conseguiu virada por 2 a 1 no Maracanã diante de uma retranca muito bem montada pelo Athletico-PR. Venceu porque tem mais qualidade e também pela presença de uma liderança técnica que sobrou pelo segundo jogo consecutivo: Giorgian de Arrascaeta.

A jogada que resultou no pênalti convertido pelo Pedro colocou o uruguaio em evidência, mas também reforçou o talento do camisa 9 e de Gerson. (veja no vídeo abaixo e leia mais sobre no texto).

Sofreu no primeiro tempo para furar o ferrolho e foi pouco criativo. E, mais do que isso, ao longo do jogo, teve apenas cinco chances claras. Todas, porém, foram construídas com qualidade capaz de vencer um sistema defensivo sólido – aliás, a defesa rubro-negra também foi muito bem.

Falha individual transforma primeiro tempo

Com uma formação escolhida para privilegiar a posse de bola e municiar Pedro, o Flamengo começou a partida – e terminou – de forma dominante. Mas foi surpreendido logo no início com um gol nascido em falha individual de Erick Pulgar – os rubro-negros reclamaram de falta, mas é fato que o chileno demorou a tomar decisão na jogada.

E o gol de Canobbio transformou o jogo. Era esperado que o Athletico viesse ao Maracanã para se defender, mas a vantagem conseguida no início provocou um ferrolho com 11 homens atrás da linha de bola.

Com uma linha defensiva de cinco jogadores e até Vitor Roque participando da perseguição aos flamenguistas, o Flamengo abusou do jogo pelo lado direito, e Everton Ribeiro teve muita dificuldade para espetar Wesley às costas de Madson.

A dobradinha não funcionou. Nem mesmo com o apoio de Victor Hugo, que mostrou os recursos de sempre, mas não conseguiu ser incisivo e nem empurrar seus companheiros para a área. Do outro lado, Ayrton Lucas ia muito mal em lances de desconcentração – recuperou-se na etapa final.

Dessa forma, o Flamengo chegou só duas vezes com perigo no primeiro tempo, ambas com Arrascaeta como protagonista. A primeira em cobrança de falta que tirou um triz da trave. A outra em cruzamento que colocou a bola na cabeça de Pulgar. Foi pouco, mas o time de Sampaoli sobrava: 73% de posse, e a maior parte do tempo no campo do Athletico.

Gol de pênalti rebuscado” abre virada
Gol de pênalti geralmente é tachado como “gol de pênalti” – desculpe pela redundância. Esse não foi um simples gol de pênalti (mais uma vez). A jogada que o originou fez justiça a um Flamengo que queria a bola e a vitória o tempo todo.

O Athletico bateu um lateral em direção ao campo de ataque, Pulgar rebateu, e Gerson, com recurso, buscou Pedro com uma chicotada através da parte externa do pé. Pedro subiu e tocou de peito na direção inversa da bola. Arrascaeta aproveitou e, mesmo diante da insistência de Zé Ivaldo em cometer falta com pancadas, manteve-se em pé, deu drible desconcertante em Pedro Henrique e tocou de esquerda em Gerson.

Na sequência, Gerson cruzou, a bola carambolou, e Flávio Rodrigues de Souza teve dois pênaltis para marcar. Não assinalou nem o toque com o braço de Madson e nem a pancada em Arrascaeta (sim, ele quem sofreria). O VAR o chamou, e o árbitro marcou. Pedro bateu com força e empatou.

Faltava uma figura desde o primeiro tempo, e a torcida já a pedia antes do intervalo. Pois Jorge Sampaoli resolveu colocar Bruno Henrique aos 20 minutos do segundo tempo. Bastaram cinco para a virada acontecer. Demorou, mas acertou. E a mexida foi a que mudaria o time, em Victor Hugo.

O Flamengo, desde os 15 minutos, trocava passes ininterruptamente e colocava o Athletico no bobo. Em uma dessas rodas, Everton Ribeiro recebeu de Fabrício Bruno e conseguiu falta no campo ofensivo.

Coube a Arrascaeta, o dono do jogo, colocar na cabeça de BH. O camisa 27, cada vez mais confiante e melhor nos aspectos técnico e tático, testou com perfeição. Como nos melhores momentos.

Dez minutos depois, o estreante Luiz Araújo, que entrara há pouco, deu um aperitivo do que pode aportar ao time. Puxou contra-ataque com uma cabeçada diagonal, disparou, cortou e lançou. Bruno Henrique arrancou do campo de defesa em altíssima velocidade e por pouco não fechou o placar. Belo cartão de visitas do reforço. Seria um golaço.

O Flamengo teve 69% de posse de bola, trocou 735 passes e acertou 89% dos tentados. Sobrou e mereceu os 2 a 1. O time foi organizado, paciente e maduro para não se irritar enquanto o Athletico ganhava tempo e tentava segurar o resultado desde o primeiro tempo. Vitória merecida e que dá moral para os dois próximos jogos no gramado sintético, contra Palmeiras, no sábado, e o mesmo Furacão na próxima quarta-feira, em Curitiba.

Fonte: Ge