Equipe se sobressai em contexto adverso e consegue resultado que parecia improvável
Pode parecer um termo pouco usual, mas o Botafogo teve um “empate de campeão” com o Santos neste domingo. O time de Bruno Lage perdia por 2 a 0 até os 39 minutos do segundo tempo na Vila Belmiro, correu atrás do empate e teve até duas chances claras para uma virada. No fim das contas, o 2 a 2 teve gosto de vitória por todo o contexto do duelo.
Seria até normal que jogadores se desanimassem depois de levar o 2 a 0 aos 36 minutos do segundo tempo, mas o Botafogo mostrou uma das principais características que diferenciam este elenco na busca pelo título: a vontade. Imediatamente depois do gol de Marcos Leonardo, Lucas Perri foi buscar a bola na rede e fez questão de animar os jogadores.
E o time foi buscar o resultado – e poderia até ter feito mais. O primeiro gol saiu aos 39 minutos e o empate veio aos 42. O time de Bruno Lage ainda teve uma finalização cortada em cima da linha e uma cabeçada que raspou a trave. Pode lá não ter sido o melhor jogo no que diz respeito à parte técnico, mas o time se sobressaiu na busca pelo resultado em um cenário adverso.
Erros do passado voltaram à tona dentro de campo. Sem Eduardo, Bruno Lage optou pela entrada de Danilo Barbosa, formando um meio-campo com três volantes – Tchê Tchê era o homem mais adiantado do setor.
Assim como foi na partida contra o Cuiabá, a outra oportunidade que este trio atuou junto, a coisa não andou. O Botafogo foi pouco criativo no terço final e, apesar de ter a bola no pé, não transformou o volume de jogo em chances de perigo. Tiquinho Soares era obrigado a recuar para se apresentar ao jogo e, longe da área, virou presa fácil. Tudo piorou pelas atuações abaixo da média de Júnior Santos e Luís Henrique, os pontas.
O time de Bruno Lage, que então só mostrou volume, perdeu até produção depois que Marcos Leonardo, em jogada de mole coletivo defensivo, marcou aos 24 minutos. O Botafogo sentiu o gol, piorou na partida e pouco mostrou no restante da etapa inicial.
A usual substituição do intervalo – Segovinha por Júnior Santos – não mudou muito o panorama, já que o meio-campo continuava amarrado e Tchê Tchê, até por falta de característica, mostrava dificuldade para ser a dupla complementar a Tiquinho. As coisas passaram a mudar quando Janderson entrou no lugar de Danilo Barbosa, fazendo uma mudança estrutural importante – o Botafogo foi para o 4-4-2.
O camisa 39 foi o que atuou mais recuado em relação a Tiquinho, mas o time carioca voltou a mostrar volume de jogo depois de uma queda de produção no primeiro gol do Santos. O baque, contudo, veio, quando o Peixe encaixou uma boa transição e a jogada terminou em bola na rede de Marcos Leonardo.
Com o 2 a 0, a vontade falou mais alto. O Alvinegro, em uma das poucas jogadas em que o time conseguiu colocar a bola no chão, criou bem pelo lado esquerdo com Marçal e Victor Sá, Janderson foi inteligente com o toque dentro da área e Tiquinho diminuiu. Minutos depois, a cabeçada de Adryelson sintetizou o objetivo do elenco em buscar o tricampeonato brasileiro.
Nos acréscimos, as cabeçadas de Carlos Alberto e Philipe Sampaio por pouco não entraram. O time por pouco não venceu, mesmo apresentando parte do futebol que mostrou neste Brasileirão. A lição é que parece cada vez mais difícil derrotar o Botafogo e, mais importante, derrubar o sonho desse elenco em ser campeão.
O Botafogo é o líder do Brasileirão com 40 pontos, com 11 de vantagem para o Grêmio, 2º colocado. O Alvinegro volta aos gramados no próximo domingo para enfrentar o Coritiba no Estádio Nilton Santos.
Fonte: Ge