Com três estreias, time cria chances contra o Corinthians, mas não é eficiente. Apesar do sistema com três zagueiros e muitos volantes, defesa volta a falhar. Aproveitamento é de apenas 18%
Foi um Vasco com caras novas, mas com o mesmo roteiro angustiante. Jogo após jogo, os resultados vão minando as esperanças da torcida. Nem os reforços que desembarcaram no Rio de Janeiro nesta semana e estrearam neste sábado conseguiram mudar o panorama. A derrota por 3 a 1 para o Corinthians foi a décima nos últimos 11 jogos do clube carioca.
Comparado a jogos recentes, o Vasco até que não jogou mal. Teve seus momentos, conseguiu criar algumas chances, competiu e balançou as redes após mais de um mês em branco. Em uma situação normal, a derrota fora de casa para o Corinthians seria um resultado aceitável. Não é o caso. O momento exige muito mais.
Na última colocação, com aproveitamento de 18%, o time ainda está muito longe de gerar perspectiva. O sistema defensivo é frágil, o ataque não é eficiente, a armação no meio de campo é feita por volantes. É claro que ainda há margem para a evolução com a chegada dos reforços, que tiveram pouco tempo de treino. Seis dos sete contratados nesta janela já estrearam. Também há margem de evolução com Rámon Diáz, há apenas três semanas no clube. Mas, além do futebol, será necessário recuperar a confiança do elenco, visivelmente abatido com onda de resultados ruins que já dura três meses no Brasileiro.
Existe a evolução. Temos que seguir trabalhando, há muito o que fazer. Temos que dar principalmente mais confiança para a equipe porque tivemos situações, mas não concluímos. Tivemos uma muito clara que poderia ter nos dado o empate. No segundo tempo competimos bem. Sem contundência, mas competimos. Temos que trabalhar muito para poder tranquilizar o time, que está muito pressionado. Necessitamos de tempo e trabalho. Temos que trabalhar em todos os sentidos. Temos que trabalhar o ânimo (do time) e futebolisticamente – analisou Ramón Díaz.
Mudança tática e vulnerabilidade
O Vasco iniciou o jogo com uma mudança tática e algumas caras novas. Ramón Diáz escalou Medel à frente de uma linha de três zagueiros e deu liberdade para Jair e Praxedes, além dos alas Puma e Piton, avançarem ao ataque. Sebástian Ferreira jogou como centroavante, com apoio de Figueiredo.
Na teoria, um time mais sólido defensivamente. Mas na prática não. O Vasco recuou e deu muito espaço para o Corinthians trocar passes. Renato Augusto comandou o meio de campo como quis. A equipe paulista encontrou facilidade, diante de uma marcação frouxa, para chegar ao ataque e arriscar chutes da entrada da área. Léo Jardim segurou os dois primeiros, mas não conseguiu evitar o gol de Maycon, na terceira tentativa.
O jogo mudou após o gol. O Corinthians deu uma segurada, e o Vasco se assanhou. Praxedes deu mais qualidade aos passes, e o time conseguiu circular a bola e levar algum perigo, algo que pouco aconteceu nos últimos jogos.
Jair e Puma tiveram boas oportunidades. A melhor, no entanto, foi do estreante Sebástian Ferreira, que recebeu bom passe de Figueiredo na área, mas chutou para fora. Apesar do maior volume de jogo, ficou nítido que ainda falta força ofensiva e mais qualidade ao Vasco.
Orellano é a única boa notícia
Ramón Díaz voltou com três mudanças do intervalo. Orellano, Paulinho e Gabriel Pec entraram, respectivamente, nas vagas de Puma, Jair e Figueiredo. O time seguiu com volume de jogo, mas com pouca eficiência. De bom apenas a entrada de Orellano, visivelmente mais confiante.
Os espaços na defesa, no entanto, não foram corrigidos. E o Corinthians soube aproveitá-los. Quando o Vasco era melhor, Yuri Alberto ampliou, após falha de Capasso.
Um jogador, no entanto, conseguiu se destacar no segundo tempo. Orellano tentou chamar a responsabilidade, atuou mais centralizado e provavelmente teve sua melhor atuação com a camisa do Vasco. Foi dos pés dele que nasceu o gol do Vasco. Após boa arrancada, o argentino descolou bonito passe para Pec diminuir.
Não foi possível, no entanto, sequer esboçar reação. Dois minutos após Pec marcar, Paulinho colocou a mão na bola, dentro da área, infantilmente. Pênalti, que Roger Guedes converteu e decretou mais uma derrota do Vasco.
Fonte: Ge