Análise: Botafogo controla nervos, se impõe e conquista 1º turno com autoridade

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Na primeira vitória sob o comando de Bruno Lage, equipe domina a partida com a posse de bola e conta com grande atuação de trio de ataque

Nem melhor, nem pior, apenas diferente. Assim podemos definir o time do Botafogo de Bruno Lage, que venceu o Coritiba por 4 a 1, gols de Gustavo Sauer (2) e Tiquinho Soares (2), neste domingo, no Estádio Nilton Santos, o primeiro triunfo do treinador português, em relação ao que era com o compatriota Luís Castro.

A começar pela escalação. Lage apostou em Gustavo Sauer como titular, um jogador que chegou com prestígio de um bom desempenho no futebol português, mas que não vinha com moral com a torcida. O investimento deu resultado, muito além dos dois gols e a assistência do camisa 10, com uma construção diferente de jogo.

Desde os minutos iniciais, Sauer trabalhava saindo da ponta-direita para o setor central do campo, explorando o espaço criado por Eduardo, que encostou o tempo inteiro em Tiquinho Soares no comando de ataque, mais do que o habitual de um meia que entra muito na área. Quem deu amplitude pelo lado direito foi o lateral-direito Di Plácido, subindo sempre pelo setor.

Em uma delas, Bruno Gomes fez um gol antológico após escorada de Diogo Oliveira para trás. Daí pra frente, o Botafogo teve que mostrar um controle emocional para se manter na partida. Com a bola no pé, rodava em busca de espaços, não criava muitas chances e sofria com estocadas.

  • A gente teve o mental forte. Acabamos sofrendo gol cedo, apesar de termos saído na frente. Sabíamos que seria difícil, pelo retrospecto deles. Mas aqui a gente é forte também, acabou que conseguimos um jogo controlado no segundo tempo – afirmou Tchê Tchê.
  • Senti que a equipe entrou muito bem, mas tomou um grande gol, em uma segunda bola. Um lance de gênio. Estávamos bem posicionados, mas foi um grande gol. Com o estádio cheio, muita emoção, percebemos que tínhamos que continuar com a cabeça fria. Em determinado momento a equipe perdeu algumas situações, mas depois se estabilizou. A equipe não permitiu os contra-ataques. Muito mérito dos jogadores nessa vitória – completou o treinador Bruno Lage

Daí para frente, o Alvinegro passou a controlar a partida, também com um modelo diferente do que apresentava anteriormente. Com a posse de bola e com a linha de defesa alta, a equipe reduziu a ameaça do adversário e ainda ampliou a diferença, novamente com Gustavo Sauer.

A segunda etapa foi de controle absoluto e até de certa tranquilidade para o líder do Campeonato Brasileiro. O gol de Tiquinho, aos quatro minutos, aumentou a diferença e deu margem para o Glorioso só administrar o resultado até o apito final.

O Botafogo, mais uma vez, prova que pode superar as mais diferentes adversidades, da instabilidade esperada com a troca de comando a um jogo que pode sair de controle, de formas diversas. O título do primeiro turno, como disse Marçal, vale de nada, mas mostra um time preparado para ser campeão Brasileiro. A primeira metade já foi. Faltam 21 rodadas.

Fonte: Ge