Análise: Fluminense cresce após trocas e virada mostra caminho para Diniz seguir contra Olimpia

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Entradas de John Kennedy e Martinelli desafogam Fluminense, que precisa de 45 minutos para virar e dominar América-MG. Diante do Olimpia, terá que ser superior durante os dois tempos

Às vésperas de enfrentar o Olimpia no jogo mais importante da temporada (até aqui), o torcedor do Fluminense esperava uma vitória categórica diante do América-MG, o lanterna do Campeonato Brasileiro. Ela veio com placar de 3 a 1, mas tendo que suar mais que o esperado. É possível analisar o triunfo no Maracanã de duas formas: pelo copo mais vazio, a atuação do primeiro tempo evidencia problemas que não podem se repetir nas quartas de final da Conmebol Libertadores; no mais cheio, a reação na segunda etapa dá moral e indica caminhos para Fernando Diniz seguir.

A vitória tricolor passa essencialmente pelas mudanças feitas por Fernando Diniz ainda no intervalo — saíram Felipe Melo e Lima, entraram John Kennedy e Martinelli. Os dois que subiram ao gramado mudaram o cenário da partida e guiaram o tricolor à vitória por entregar aquilo que a equipe precisava taticamente para envolver o América-MG.

Felipe Melo pagou o pato pela necessidade de uma mudança tática, mas fez ótima partida no Maracanã. Saiu porque era necessário recuar André e incluir Martinelli no meio-campo para melhorar o setor. Com Lima rendendo abaixo do que pode, o camisa 8 fez essa importante faixa do campo subir de produção ajudando a bola a circular com mais mais velocidade. Tanto que participou dos dois primeiros gols tricolores.

Culpar Lima pelo problema de desempenho vivido pelo Fluminense nos últimos jogos é individualizar uma questão coletiva — quase todos caíram de produção. Não há intenção de vilanizar quem não deve. Mas, se Martinelli tem feito a equipe melhorar quando entra, também não é absurdo pensar que ele mereça ser titular novamente. Lima viveu bons momentos, mas tem estado atrás nesta corrida.

Outro que entregou o que o Fluminense precisava é John Kennedy, que vive momento iluminado. São três gols nos últimos três jogos que disputou. Foi decisivo para empatar a partida logo após o gol do América-MG, no momento de maior tensão da partida e quando o ambiente do Maracanã caminhava do apoio para as vaias

John Kennedy passou a atuar como segundo atacante e deu mais liberdade para Cano se movimentar. Também trouxe a eficiência na bola aérea que faltou para o Fluminense. Assim foi seu gol. Com mais gente dentro e próximo da área, além do maior controle no meio-campo, a equipe do técnico Fernando Diniz passou a sufocar o América-MG, que diminuiu seu ímpeto e foi dominado. A virada não demorou a vir.

Por outro lado, também é preciso falar do copo meio vazio. Claro, subestimar o América-MG é errado porque se vê apenas a lanterna do Brasileiro e não a sua evolução recente. Os resultados não tem acompanhado o desempenho, que tem crescido com a estratégia clara de contra-atacar em velocidade. O Fluminense sentiu isso na pele.

Dito isso, contra o Olimpia, o Fluminense não pode desperdiçar 45 minutos num jogo sem encontrar soluções. Não é absurdo dizer que o Coelho poderia ter ido para o intervalo já vencendo. Na Conmebol Libertadores, a decisão será fora de casa. E sabendo que o Fluminense vai muito bem no Maracanã, mas mal for dele, todo minuto é precioso.

Os velozes Felipe Azevedo e Rodrigo Varanda foram os melhores do América-MG enquanto tiveram campo para construir e o Fluminense apresentava pouca combatividade no meio-campo.

Até Fernando Diniz conseguir consertar os problemas com as substituições, passou 45 minutos sendo lento no ataque e na defesa, pouco agressivo e cedendo muitos espaços aos contra-ataques. Uma demonstração óbvia de quando o time está mal é que o Fluminense, conhecido pela sua troca de passes, triangulações e ultrapassagens (essas em falta), dá espaço para outra que exagera nos cruzamentos. Sem John Kennedy, foi pouco eficiente neste quesito.

A vitória levou o Fluminense a 34 pontos e provisoriamente ao terceiro lugar do Brasileirão. O Tricolor dorme dentro do G-4, e para se manter nele terá que torcer contra Grêmio, Flamengo e Bragantino, que jogam neste domingo.

O Fluminense volta a campo para iniciar a disputa por uma vaga na semifinal da Libertadores e recebe o Olimpia, do Paraguai, na próxima quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã. Pelo Brasileiro, visita o Athletico-PR, no próximo domingo, às 18h30, na Ligga Arena.

Fonte: Ge