Um mundo onde o homem seja pleno, livre; que não se submeta à opressão de uma religião que o prende e limita; que não viva debaixo da sombra de um Deus que o persegue e controla.
A busca por produzir esse homem parece ser o motor da modernidade. Mas como fazê-lo?
A cada tentativa de aniquilar a religião, tudo o que se consegue é criar uma nova e moderna religião. Em todas as vezes que se tenta retirar do homem a imagem de Deus, tudo o que se faz é colocar um novo deus em Seu lugar?
Não adianta. Deus e a religião são naturais ao homem. Por mais que tente, ele não pode apagá-los.
O homem sempre quis deixar um legado, manter-se vivo na memória das gerações futuras. Eis o seu desejo pela Eternidade.
Sempre explorou e investigou a realidade, buscando encontrar respostas para perguntas que muitas vezes nem sabia que o seu coração gritava. Eis o seu desejo pela Verdade.
Sempre sentiu, no íntimo do seu ser, um chamado para algo que é maior do que ele. Eis o seu desejo por superar a materialidade e encontrar o Espírito.
Esses desejos tornam impossível a vida sem a religião, sem Deus, pois são o Seu chamado inscrito na alma.
Por isso, disse Pio XI, na Encíclica “Quas Primas”, sobre o reinado de Cristo:
“‘Rei’ é Cristo, com efeito, atesta a eminente e suprema perfeição com que sobrepuja a todas as criaturas. Assim, dizemos que ‘reina sobre as inteligências humanas’, […] sobretudo porque é a própria Verdade em pessoa; de quem, portanto, é força que recebam rendidamente os homens toda verdade.
[…]‘reina sobre as vontades humanas’, porque nEle se alia a indefectível santidade do divino querer com a mais reta, a mais submissa das vontades humanas; e também porque suas inspirações entusiasmam nossa vontade livre pelas causas mais nobres.
[…]é ‘Rei dos corações’, por causa daquela inefável ‘caridade que excede a toda humana compreensão’; e porque sua doçura e sua bondade atraem os corações: pois nunca houve, no gênero humano, e nunca haverá quem tanto amor tenha ateado como Cristo Jesus.”
O homem sempre terá uma religião, sempre terá um Deus.
Ele poderá, no máximo, tentar substituí-los por uma nova religião e por um novo deus.