Na manhã de 12 de março de 1937, Domingo de Ramos, em todos os púlpitos da Alemanha se lia a mesma mensagem.

Igreja

“É com ardente preocupação e crescente surpresa que há muito acompanhamos as dolorosas provações da Igreja e os crescentes vexames que afligem aqueles que permaneceram leais no coração e na ação…”

“Mit brennender Sorge” (com ardente preocupação) era uma encíclica do Papa Pio XI dirigida contra os princípios neopagãos do demoníaco regime naz1sta.

Os fiéis alemães, já havia anos, eram pressionados e coagidos a prestar culto ao solo e ao sangue, mas o Papa buscava exortá-los a manterem-se firmes nos princípios da sua fé em Cristo e na Igreja, resistindo à perversão e à subversão moral do Reich.

Mas havia um obstáculo: a Gestapo não permitiria que aquela perigosa mensagem chegasse aos ouvidos do povo.

Todos os sacerdotes deveriam lê-la, todos os fiéis precisavam ter notícia do seu conteúdo. Mas como isso seria possível?

Pio XI e seus conselheiros planejaram algo inédito. O documento foi preparado em Roma e, clandestinamente, enviado a tipógrafos católicos na Alemanha.

Em uma madrugada, 300 mil cópias foram impressas e, silenciosamente, distribuídas às igrejas de todo o país.

Na manhã seguinte, Domingo de Ramos, mais de 20 milhões de católicos alemães ouviram toda aquela demonstração aberta de oposição a H1tler e seu regime.

Em muitas igrejas, oficiais da Gestapo já aguardavam na porta o fim da missa para confiscar todas as cópias.

Mas uma multidão já tinha ouvido.

O Führer e os seus, achando-se ridicularizados, foram tomados de ira e não deixaram barato: 12 tipografias foram fechadas, e inúmeros sacerdotes, presos e submetidos a processos públicos.

Muitos heróis se sacrificaram e colocaram suas vidas em risco para que a mensagem fosse conhecida.

Foi a primeira e única condenação oficial de todo o mundo civilizado contra o naz1smo.