Análise: saídas forçadas mudam time, e Léo Pereira como armador no fim retrata um Flamengo sem rumo

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Lesões de Arrascaeta e Luiz Araújo, ambos com problemas na coxa esquerda, tiram dinamismo da equipe num jogo em que o Rubro-Negro finalizou oito vezes

O Flamengo segue seu calvário no segundo semestre. Aliás, na conturbada temporada de 2023. O empate por 0 a 0 com os reservas do Internacional dentro do Maracanã mostrou um time sem criatividade tanto em campo quanto na área técnica. O Rubro-Negro se mostra sem rumo e sem ideias para voltar a jogar um futebol aceitável, tanto que terminou com um zagueiro como um dos principais articuladores de jogadas.

O início animador com a dinâmica imprimida por Luiz Araújo e Arrascaeta foi completamente ofuscado por uma atuação modorrenta após as saídas dos dois, ambas motivadas por problemas na coxa esquerda.

Time perde agressividade e muda radicalmente após saídas de Arrascaeta e Luiz Araújo
O Flamengo teve um começo para empolgar sua torcida. Com marcação alta e não deixando o Inter respirar na saída de bola, com cinco minutos já tinha finalizado duas vezes.

A primeira finalização, aliás, é um retrato desse aperitivo que deu água na boca da torcida, mas que acabou com sabor amargo no fim. Bruno Henrique deu combate no lateral Hugo Mallo. Após desvio, Luiz Araújo pressionou De Pena, que recuou para Nico Hernández. Mais pressão efetiva: Arrascaeta e Gabigol foram para cima do zagueiro. O uruguaio roubou, recebeu do camisa 10 e deixou Luiz Araújo na área.

O ponta-direita cortou para fora e chutou com muito perigo. Repare como os homens de frente participaram ativamente da jogada.

A primeira notícia ruim vem aos 14 minutos. Arrascaeta, em nova amostra de competitividade, avançou na direção de Igor Gomes para tentar desarmá-lo. O bote em falso causou um incômodo na coxa esquerda que obrigou Sampaoli a tirar o uruguaio. A escolha por Victor Hugo já mudou a característica do time.

Com o time menos criativo ofensivamente, só houve mais um lance de individualidade e talento na etapa. Pulgar deu lindo lançamento para Luiz Araújo, mas o ponta, que fazia boa partida, errou o chute por não ter um pé direito potente.

Léo Pereira termina o jogo na armação
O Flamengo voltou do intervalo da mesma forma que terminou o primeiro tempo: lento e sem criatividade. O Inter, por sua vez, via que era possível ganhar o jogo e mandava titulares ao campo. Enner Valencia e Renê entraram no intervalo. Aos 15 minutos, o interino Lucho González colocou Vitão, Alan Patrick e Aránguiz.

Enquanto os colorados mudavam peças, Sampaoli aguardava. Deixou para fazer a última janela de substituições aos 20 minutos do segundo tempo, quando Pedro, Everton Cebolinha e Allan substituíram Gabigol, Bruno Henrique e Thiago Maia respectivamente.

Vale destacar que o Flamengo ficou impressionantes 33 minutos sem finalizar. Depois de uma cabeçada sem perigo aos três minutos da segunda etapa, conseguiu seu lance de maior perigo aos 36. É nessa jogada que entra o “armador” Léo Pereira.

É ele quem dá uma fatiada na área para Pedro escorar com o peito e deixar Victor Hugo em perfeitas condições de chute. O jovem bateu firme, e Keiller fez uma defesaça. Momentos antes de fazer o lançamento, Léo deu lindo chapéu em Gabriel e tentou lançar Ayrton Lucas com um passe de cabeça.

Se a torcida imaginava uma vitória contra os reservas do Inter para tentar encurtar a distância para o líder Botafogo, o clássico do próximo sábado no Nilton Santos ganha ares de despedida do Rubro-Negro para qualquer chance de ser campeão brasileiro.

Pelo terceiro ano consecutivo o Flamengo não chega nem perto de disputar o título da competição mais importante do futebol nacional e da qual foi hegemônico antes de a CBF reconhecer Taça Brasil e Roberto Gomes da Pedrosa como Campeonato Brasileiro. É muito pouco.

Fonte: Ge