A mãe do adolescente Wesley Barbosa de Carvalho, de 17 anos, morto neste domingo (17) durante um confronto entre facções rivais em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, contou que o filho trabalhava em um lava a lato durante a semana e aos domingo ainda ajudava o pai e a mãe na feira.
Segundo Bruna Barbosa dos Santos, o menino e o pai acordaram cedo, por volta das 4h, e abasteciam a kombi quando homens armados passaram e atiraram contra o carro.
“Aos domingos ele ia para a feira com o meu esposo para ajudar a colocar as coisas na kombi. A gente sempre sai às 4h da manhã. Às vezes vai todo mundo. Nessa hora, eu não fui. Eu vou sempre as 6h, mas eu não fui na hora. Meu esposo falou que a moto passou e efetuou os disparos”, lamentou Bruna.
Bruna e o pai de Wesley, o comerciante Bruno de Carvalho do Vale, de 33 ano, chegaram no começo da manhã desta segunda-feira (18) no Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer o corpo do filho. De acordo com eles, o irmão de 14 anos também viu o momento em que Wesley foi baleado.
“Eu criei os meus filhos trabalhadores. Eu não consegui pegar (o filho baleado), fiquei fraco. Foi o irmão que pegou e levamos para o Getúlio Vargas. A noite veio a notícia. Meu filho tinha boca e não falava. Era um menino quieto e na dele. Estou doido para ir embora dali, porque é uma guerra sem fim. A gente fica a mercê. A gente só quer paz. Meu filho tinha 17 anos e o sonho do meu filho era ser motoboy. Por conta disso, fizemos um consórcio para comprar uma moto para ele”, lamentou