Análise: expulsão condiciona derrota, mas sinal de alerta precisa estar cada vez mais ligado no Botafogo

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Cartão vermelho de Marçal aos 23 minutos do primeiro tempo dá tônica para atuação ruim contra o Corinthians, mas sequência ruim preocupa

É impossível não citar a expulsão de Fernando Marçal para analisar a derrota do Botafogo sobre o Corinthians, nesta sexta-feira, na Neo Química Arena, pela 24ª rodada do Brasileirão. Ao mesmo tempo, também é preciso dizer: o time passa pela pior fase na competição. O “sinal de alerta” precisa estar ligado mais do que nunca.

Não pela ameaça do vice-líder Palmeiras – que, dos males o menor para o Alvinegro, também foi superado na rodada e, assim, a diferença na ponta segue em sete pontos -, mas na questão do desempenho. A equipe comandada por Bruno Lage passa longe de apresentar o futebol do primeiro turno e os resultados provam.

De novo, o jogo na Neo Química Arena foi condicionado pelo fato de o Botafogo ter jogado com um jogador a menos por mais de 70 minutos. Marçal, em lance completamente evitável, foi expulso de forma direta após falta em Pedro.

A partir disso, o Botafogo, que controlou e foi o melhor time nos 20 minutos de jogo com as duas equipes completas, viu o Corinthians naturalmente se colocar mais ao ataque. Com um homem a menos, Lage resolveu não mudar ninguém: Tchê Tchê saiu do meio e foi fazer a lateral-esquerda, com Eduardo recompondo como um segundo volante.

O Botafogo era o melhor time e mostrava jogadas promissoras no primeiro instante da partida. O time trocava passes com facilidade para entrar na defesa do Corinthians e havia finalizado quatro vezes em 20 minutos.

  • Para tentar apanhar um jogador rápido que pudesse fazer aquela posição. Tchê Tchê é o jogador mais rápido do meio-campo e fazer aquela posição e podíamos sair para atacar. Os jogadores praticamente se organizaram assim. O Tchê Tchê assumiu aquela posição momentaneamente. Esperamos para saber se ele conseguiria aguentar até o intervalo para falarmos com os jogadores sobre isso, porque sentimos que a velocidade do Luis (Henrique) e do Victor (Sá) importantes, com os médios a segurar. Nós trocamos, a equipe esteve estável. A importância do Tchê Tchê é imensa. É o melhor jogador que sabe jogar entre linhas, para além do Eduardo, é um dos melhores. Está nos três melhores que sabe jogar entrelinhas. É um jogador muito importante. Já jogou com outros treinadores como lateral-direita, ala direita ou ponta direita. Hoje acabou por jogar como lateral-esquerdo. Joga bem em todo lado. De trás para frente, posicionado, a maneira como ele dribla, como faz as combinações de dois um, a maneira como chega nas zonas da área é um jogador muito interessante – explicou Lage sobre a mudança.

Os mandantes tinham a bola, mas pouco criavam de forma efetiva. Mesmo com um a mais, Perri pouco trabalhou. A intenção dos cariocas era encontrar um contra-ataque. As oportunidades até apareceram, mas não foram aproveitadas: Tiquinho levou a melhor no duelo físico com Gil em algumas oportunidades, mas demorava a lançar os pontas Luís Henrique ou Victor Sá em profundidade.

O Corinthians, de tanto insistir, abriu o placar, em jogada marcada por mole de Di Plácido e Cuesta em diferentes escalas. Mais na imposição do que na técnica, o Botafogo ainda teve chance de empatar no fim do jogo, mas parou em Cássio.

O que fica do jogo são questionamentos. Aqueles que jamais serão respondidos mas não sairão da cabeça do torcedor por um bom tempo: “E se o Marçal não é expulso contra o Corinthians?”. E os que serão respondidos em breve, nos próximos jogos: “O que Bruno Lage fará para tirar o Botafogo de uma sequência de quatro derrotas seguidas?”. O tempo dirá.

Fonte: Ge