Declarações de Lage transformam coletivas em escudo para o time do Botafogo

Esportes

Treinador se prepara e enxerga entrevistas como parte do jogo; comandante se coloca à frente do elenco para receber críticas

Bruno Lage tem feito das últimas entrevistas coletivas no Botafogo um evento. Com a série de três derrotas consecutivas, o português vê na sala de imprensa um espaço para tirar o foco de possíveis críticas do elenco e colocar os holofotes (mesmo os negativos) para si mesmo.

Se tiverem que apontar o dedo, apontem para mim, sem problema nenhum. É no Bruno, é no Bruno, é no Bruno. Deem carinho máximo para eles (jogadores), não exponham mais pressão ou mais ansiedade, deem liberdade total para eles jogarem o jogo”, afirmou após a derrota para o Corinthians.

O português vê a entrevista coletiva como parte do jogo. É uma prática que adota desde o começo da carreira: internamente, Lage acha que o discurso falado publicamente reflete nos jogadores.

Ele se “prepara” para as entrevistas coletivas. Após uma partida terminar, Lage vai ao vestiário, conversa com o elenco em uma roda e faz um discurso – algo tradicional em qualquer clube. Depois, anota itens que considera pertinentes no celular e precisam serem falados publicamente

No meio-tempo, também aborda aspectos táticos de maneira complexa. As explicações de Lage sobre as escolhas que faz dentro de campo são longas

Por vezes, Lage toca em assuntos durante uma entrevista antes mesmo de os jornalistas lhe perguntarem. Aconteceu na sexta-feira, contra o Corinthians, quando o português pediu a palavra para falar sobre a expulsão de Marçal.

As últimas três entrevistas coletivas de Bruno Lage tiveram momentos fora da curva.

Contra o Flamengo: colocou o cargo à disposição. Posteriormente, em entrevista ao ge, explicou que a declaração foi, na verdade, para tirar o foco das atenções dos atletas após a derrota;
Contra o Atlético-MG: por reclamações pelo gol anulado de Diego Costa, afirmou que o Botafogo estava sendo prejudicado pela arbitragem e que havia a sensação de que se queria um “campeonato animado até o fim”;
Contra o Corinthians: após a terceira derrota seguida, bateu na mesa, falou palavrões e pediu para a torcida continuar junta e acreditar no elenco.
Seja como for, nas três oportunidades Lage teve a intenção de se colocar como um escudo às críticas na frente do elenco

Fonte: Ge