Análise: Fluminense sente expulsão, mas gol salvador renova esperança de vaga no Beira-Rio

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Tricolor mostra dignidade para reagir mesmo com um a menos durante todo o segundo tempo, segura Internacional e diminui danos para sonhar com a decisão

O Fluminense está vivo na Conmebol Libertadores. É estranho dizer isso, tendo em vista que o jogo de ida desta semifinal foi disputado no Maracanã. Mas a sensação que fica para o torcedor após o empate em 2 a 2 com o Internacional, nesta quarta-feira, é que o Tricolor esteve à beira do precipício e foi resgatado graças ao gol salvador de Germán Cano. Agora são 90 minutos no Beira-Rio que valem a temporada

O lance capital da partida foi a expulsão de Samuel Xavier, ainda no primeiro tempo, que comprometeu o plano tático do Fluminense. Numa semifinal de Conmebol Libertadores, em que qualquer erro pode sair caro, esse cartão vermelho quase custou a sobrevivência do clube na competição. Tanto que não é absurdo pensar que o Internacional desperdiçou a chance de decidir a eliminatória já no Maracanã.

Autor dos dois gols tricolores, Cano é o herói não só por ressuscitar o Fluminense num cenário em que iria para o Beira-Rio em desvantagem. O segundo gol surge num momento em que o Internacional era dominante e estava mais próximo de um terceiro, que seria fatal. Já com o 2 a 2, tudo segue em aberto. De quebra, dá a motivação para uma equipe, mesmo com um cenário totalmente adverso, que mostrou ser digno de merecer uma vaga na final.

No Internacional, Coudet forçou os erros da saída de bola tricolor. Felipe Melo comprometeu em dois passes e criou chances claras para o adversário. Fábio precisou fazer três milagres quando o Fluminense ainda tinha 11 em campo. Enner Valencia e Alan Patrick deram muito trabalho para a defesa. Demonstração de como a partida foi muito bem jogada.

Até que veio a expulsão de Samuel Xavier. A partir dali, tudo mudou. O esquema tático arriscado de Fernando Diniz ficou comprometido. Para piorar, Hugo Mallo empataria antes do intervalo. Na volta para o segundo tempo, Marlon, Guga e Alexsander entraram nos lugares de Ganso, Felipe Melo e John Kennedy para tentar resistir. Não deu.

Logo de cara, Mercado marcou. Mas foi anulado por toque de mão. Depois, Alan Patrick colocou o Internacional à frente no placar.

Naquele cenário, o placar de 2 a 1 parecia aceitável para o Fluminense, que tentaria um milagre para buscar a desvantagem mínima em Porto Alegre. Para o Internacional, era a chance de decidir a eliminatória faltando mais de 30 minutos a serem jogados. Com o passar o tempo, parecia que o Colorado já compraria as passagens para a final no Maracanã.

Mas as mexidas de Eduardo Coudet não deram certo. O Colorado, que então pressionava, se retraiu. O Fluminense, com um a menos, passou a ter mais a posse de bola. Quando Cano empatou, não só ressuscitou o Fluminense na Conmebol Libertadores, como deu esperança de uma virada heroica. Não veio, mas tendo em vista o cenário da partida, não é para se lamentar.

O Fluminense vai para o Beira-Rio vivo. Será difícil, mas chegou a parecer impossível durante o segundo tempo. Terá que dar mais uma demonstração de grandeza para estar na final da Conmebol Libertadores.

Antes, o Tricolor enfrenta o Cuiabá, na Arena Pantanal, no sábado, às 18h30. A partida é válida pela 25ª rodada do Brasileirão. A equipe de Fernando Diniz ocupa a quinta posição do campeonato, com 41 pontos.

Fonte: Ge