Apreensivo, Vasco passa o dia em reuniões e consultas jurídicas sob atraso da 777 Partners

Esportes

Salgado tratou com vice-presidentes, ex-vice-jurídico e manteve contato com CEO durante toda a quinta-feira. Apesar de entrada parcial de valores devidos, clube mostra surpresa com atraso

O presidente do Vasco, Jorge Salgado, passou a quinta-feira com Carlos Roberto Osório, vice-presidente geral, e manteve contatos ao longo de toda a quinta-feira. Na pauta, é claro, o atraso no pagamento do novo aporte de R$ 120 milhões – valores devidos, sem os juros.

Salgado, um dos membros do conselho de administração da SAF vascaína, se reuniu com Osório e Roberto Duque Estrada, também membro do board da SAF. Consultou ainda Zeca Bulhões, ex-vice-presidente jurídico do clube. A diretoria analisou diversos cenários e procurou informações com o diretor geral da SAF vascaína Lucio Barbosa – o ex-diretor financeiro era ponte oficial com os investidores americanos e mantinha contatos com Nicolas Maya, executivo da 777.

O clima geral era de apreensão, surpresa e desapontamento com o atraso. A primeira comunicação de pagamento, de acordo com os dirigentes, só pintou depois das 19h. Mas nem as informações de que “o dinheiro estava a caminho” deixou os ânimos mais calmos. A direção acionou advogados para avaliar o caso da recuperação societária prevista sob inadimplência.

À noite, a diretoria do Vasco recebeu a informação de que havia recebido US$ 7,8 milhões – cerca de R$ 40 milhões -, do total de mais de R$ 120 milhões previstos para o aporte de 2023. Ainda assim, a parceira vascaína está inadimplente – o contrato tratava de cumprimento integral do pagamento, não parcial – e o clube pode acionar cláusula do contrato para retomar controle do futebol.

Apreensivo, Vasco passa o dia em reuniões e consultas jurídicas sob atraso da 777 Partners
Salgado tratou com vice-presidentes, ex-vice-jurídico e manteve contato com CEO durante toda a quinta-feira. Apesar de entrada parcial de valores devidos, clube mostra surpresa com atraso
Por Emanuelle Ribeiro, Marcelo Baltar e Raphael Zarko — Rio de Janeiro

O presidente do Vasco, Jorge Salgado, passou a quinta-feira com Carlos Roberto Osório, vice-presidente geral, e manteve contatos ao longo de toda a quinta-feira. Na pauta, é claro, o atraso no pagamento do novo aporte de R$ 120 milhões – valores devidos, sem os juros.

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Emanuelle Ribeiro e Raphael Zarko explicam atraso no pagamento da 777 ao Vasco

Salgado, um dos membros do conselho de administração da SAF vascaína, se reuniu com Osório e Roberto Duque Estrada, também membro do board da SAF. Consultou ainda Zeca Bulhões, ex-vice-presidente jurídico do clube. A diretoria analisou diversos cenários e procurou informações com o diretor geral da SAF vascaína Lucio Barbosa – o ex-diretor financeiro era ponte oficial com os investidores americanos e mantinha contatos com Nicolas Maya, executivo da 777.

O clima geral era de apreensão, surpresa e desapontamento com o atraso. A primeira comunicação de pagamento, de acordo com os dirigentes, só pintou depois das 19h. Mas nem as informações de que “o dinheiro estava a caminho” deixou os ânimos mais calmos. A direção acionou advogados para avaliar o caso da recuperação societária prevista sob inadimplência.

À noite, a diretoria do Vasco recebeu a informação de que havia recebido US$ 7,8 milhões – cerca de R$ 40 milhões -, do total de mais de R$ 120 milhões previstos para o aporte de 2023. Ainda assim, a parceira vascaína está inadimplente – o contrato tratava de cumprimento integral do pagamento, não parcial – e o clube pode acionar cláusula do contrato para retomar o controle do futebol.

Inadimplência: contrato previa pagamento integral até 5 de setembro, com carência até 5 de outubro — Foto: Reprodução
Inadimplência: contrato previa pagamento integral até 5 de setembro, com carência até 5 de outubro — Foto: Reprodução

A diretoria do clube ainda espera o complemento da verba no início desta sexta-feira. Há diversos pagamentos em atrasos com clubes brasileiros e de fora do país.

Por cláusula, retomar o controle do futebol custaria ao Vasco R$ 1 mil, valor simbólico colocado em contrato para o clube. A empresa americana foi procurada pela reportagem durante o dia, mas não se pronunciou sobre o atraso.

O segundo aporte seria de R$ 120 milhões. No entanto, houve adiantamento de cerca de R$ 30 milhões na janela de transferências que serão descontados. Sobre estes valores, há divergências entre o informado pela SAF e pelo clube, que trata como “apenas” R$ 15 milhões antecipados. Há também juros a serem acrescentados, uma vez que o depósito não foi feito no prazo inicial, que era dia 5 de setembro.

Atraso compromete o clube
Com a expectativa de receber em setembro, a SAF chegou a entrar em contato com alguns clubes credores com a promessa de realizar o pagamento no mês passado, mas não transferiu o dinheiro e nem deu novo prazo. A expectativa é que com o novo aporte essa situação seja normalizada.

Nos últimos meses, Lille-FRA, Nacional-URU e Atlético Tucumán-ARG acionaram a Fifa por causa das dívidas por Léo Jardim, Puma Rodríguez e Manuel Capasso, respectivamente. O Vasco sofreu transfer ban por isso.

O Vasco também ainda não quitou as compras de atletas junto a equipes brasileiras, como Lucas Piton e Jair, que vieram de Corinthians e Atlético-MG, respectivamente.

Depois de tentativas de contato com a diretoria vascaína, o Galo resolveu entrar na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF para cobrança de atraso. A compra de Jair custou cerca de R$ 13 milhões, mas o Vasco pagou apenas a primeira parcela.

Fonte: Ge