Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal em1360, muito provavelmente em Cernache do Bonjardim. Era filho do Prior do Hospital, D. Àlvaro Gonçalves Pereira e de Iria Gonçalves do Carvalhal, criada da corte. O rei D. Pedro I legitima-o no ano seguinte. Entra no séquito do rei D. Fernando em 1373 – aos treze anos – levado por seu pai. Logo se destingue num reconhecimento militar, quando o exército castelhano marcha sobre Lisboa. É armado cavaleiro.
Aos dezasseis anos casa-se, por vontade de seu pai, com uma jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim. Da sua união nascem três filhos.
Quando o rei D. Fernando I morreu a 22 de Outubro de 1383 sem ter deixado filhos varões, o seu irmão D. João, Mestre de Avis, viu-se envolvido na luta pela coroa lusitana, que lhe era disputada pelo rei de Castela. Nuno tomou o partido de D. João, o qual o nomeou Condestável, isto é, Comandante supremo do exército. Nuno conduziu o exército português repetidas vezes à vitória, até se ter consagrado na batalha de Aljubarrota em 1385.
Os dotes militares de Nuno eram no entanto acompanhados por uma espiritualidade sincera e profunda. O amor pela eucaristia e pela Virgem Maria são a trave-mestra da sua vida interior. Assíduo à oração mariana, jejuava em honra da Virgem Maria.
Assistia diariamente à missa, embora só pudesse receber a eucaristia por ocasião das maiores solenidades. O estandarte que elegeu como insígnia pessoal traz as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros São Tiago e São Jorge. Fez ainda construir às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
Com a morte da esposa, em 1387, Nuno recusa contrair novas núpcias, tornando-se um modelo de pureza de vida. Quando finalmente se alcançou a paz distribui tudo e, em 1423, decide entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria.
Dedicasse-se a pedir esmola em favor do convento e sobretudo dos pobres, os quais continuou sempre a assistir e a servir. Em seu favor organiza a distribuição quotidiana de alimentos, nunca voltando as costas a um pedido. Ao entrar no convento recusa todos os privilégios e assume como própria a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor, de Maria e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.
Nuno de Santa Maria faleceu no domingo de Páscoa do ano de 1431, passando imediatamente a ser reputado de “santo” pelo povo, que desde então o começou a chamar “Santo Condestável”. Foi canonizado por Bento XVI em 2009.