Tite evita falar de chance de título do Flamengo: “Objetivo é o crescimento”

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Gaúcho de 62 anos aborda crescimento de Everton Cebolinha e destaca o quanto é importante dar tempo aos atletas em busca da adaptação ideal

O Flamengo não deu chances ao Palmeiras e venceu por 3 a 0 com muita autoridade na noite desta quarta-feira. Após a grande atuação no Maracanã, Tite foi perguntado se a vitória recoloca o time na briga pelo título ou se o discurso ser utilizado é o de busca por vaga no G-4

  • Ele é a verdade, é a segunda parte da pergunta que você colocou (de o Flamengo estar no quinto lugar) Se algum momento estivermos a uma pontuação ou a uma partida, a gente fala. Por enquanto é a realidade daquilo que nos propusemos. É o próximo jogo, é o próximo passo, é a performance, é produzir bem, é vencer jogos e crescer. Aonde quero chegar eu não sei, mas nosso objetivo é crescimento.
  • Nosso objetivo inicial é de vaga direta na Libertadores. É um campeonato que se mexe a cada rodada. Não vou falar do sonho e nem do risco. Daqui a pouco não está nem no G-4. A realidade é do grande jogo que fizemos e do pés no chão. Já fui picado. Baixamos a guarda depois das duas primeiras vitórias e nós aprendemos.

Tite falou também do crescimento de Everton Cebolinha. Ele recorreu a outro momento da carreira para tratar de um atleta que foi contratado com a missão de se adaptar dentro de uma temporada.

  • Eu entendo a individualidade, vou responder da individualidade, mas o conjunto e a engrenagem têm que estar funcionando. Senão isoladamente ninguém aparece. Sobre individualidade, vou dar um exemplo. Teve um determinado momento que um atleta foi contratado. Atleta que eu dirigia. E ele foi contratado para jogar na Alemanha. E o diretor disse: “você tem um ano para se adaptar”. Olhei para ele e digo: “Você tem um ano em cima do clube, em cima do modelo e das necessidades”.
  • Ele é um ser humano igual a nós. Precisa de naturalidade, de tempo de maturidade e de adaptação a uma camisa pesada e expectativa alta. Esse contexto humano faz parte. Não é o Tite que faz, é o Flamengo enquanto instituição e a torcida que dá carinho para que ele possa desenvolver o seu melhor.

Auxiliar e filho de Tite, Matheus Bacchi abordou a bola parada, que funcionou muito bem contra o Palmeiras.

  • A gente vai conversando durante o jogo situações que a gente pode pensar em ajustes e como a gente pode potencializar a equipe ou equilibrar quando um adversário está numa situação um pouco melhor que a gente. A comissão inteira conversa e a gente fica trocando ideias para elaborar esses ajustes.
  • É muito bom a gente chegar num clube e os atletas serem receptivos a uma ideia nossa. Quando a gente consegue implementar uma ideia, os atletas acreditam e todos juntos vão fazendo isso pra melhorar no dia a dia, a gente tem essa evolução. A gente está começando ainda, precisa melhorar.

Como mantém o psicológico do time forte?

  • Vou te dar um exemplo prático do que aconteceu. Eu individualmente errei no jogo contra o Santos. Eu fui reposicionar os atletas na bola parada. Pode ver no vídeo. Comecei a trazer para trás um posicionamento que era mais central. Deu rebote, e aquele posicionamento que era de pressão não deu porque alongou a marcação. Eu interferi de forma errada.
  • Quando nos reunimos, eu falei: “Bruno, o teu técnico errou”. Por que estou falando isso? Porque se eu quiser um atleta que seja perfeito e se eles quiserem um técnico perfeito, vão fazer outra atividade. Eu quero que nós tenhamos uma relação de confiança para falar do acerto e do erro. Assumir e não ser vilão e nem ser culpado em cima de uma marca extraordinária de peso muito grande. Mas saber que somos muito responsáveis.
  • A mensagem que tentei passar: se o técnico fala isso, eu também vou errar. Mas também vai ter uma equipe de trabalho para sustentar esse erro. Futebol é assim, a vida é assim.

Comentários sobre Erick Pulgar

  • Joga muito. Joga muito. Ou box to box ou posicional. Pode escolher, pronto. A qualidade técnica que ele tem, você pode usá-lo nas duas funções. Se você quer um jogador mais posicional, ele te dá para jogar com um jogador pelo lado. Se você quer um jogador para liberar o Pulgar para fazer box to box, ele vai fazer porque tem qualidade técnica individual. Tem muita qualidade de passe. Se você pegar o gol contra o Fortaleza do Pedro, ele participa de uma ação ofensiva em que ele abre a perna numa jogada que o Filipe Luís toca. Então ele tem…

Matheus Bachi completa:

  • Ele tem capacidade de entendimento de jogo, é muito grande. Ofensivamente e defensivamente. Ele consegue fazer as leituras, além da qualidade do passe. O passe do gol para o Pedro fazendo a leitura na hora exata.

Fonte: Ge