Análise: Flamengo oscila, peca na efetividade e acorda de sonho do título

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Time não converte chances claras em gol no primeiro e sofre na segunda etapa; disputa pelo G4 está acirrada

A vitória em cima do Palmeiras poderia ter sido o gatilho do embalo, mas o empate amargo com o Fluminense fez o Flamengo acordar do sonho pelo título brasileiro. Matematicamente, há chance. Mas a oscilação coloca o elenco em disputa – primeiramente – pelo G4.

Quem assistiu viu um jogo com dois tempos completamente distintos. O Flamengo dominou o primeiro tempo. O Fluminense dominou o segundo. Difícil é explicar como o time de Tite não fez mais que um gol na etapa inicial.

Arrascaeta abriu o placar já nos acréscimos do primeiro tempo – com um golaço, diga-se de passagem. Nino ficou no chão com o drible do uruguaio que recebeu uma linda bola de Pulgar. Mas antes disso, o Flamengo já tinha finalizado sete vezes, sendo cinco com perigo. Além do gol, dois lances chamaram atenção.

Uma delas na trave com Cebolinha em uma jogada com Pulgar e Gerson. O atacante, que vive o melhor momento com a camisa do Flamengo, invadiu a área e quase abriu o placar aos 18 minutos. Outra boa chance foi com Gerson, aos 42, quando dominou de peito dentro da área, mas chutou fraco para defesa de Fábio.

O Flamengo fez um primeiro tempo com uma intensidade alta, demonstrando uma organização tática evolutiva para o sexto jogo com a nova comissão técnica. O time conseguiu neutralizar a principal característica do Fluminense e pressionou muito bem a saída de bola de Fernando Diniz.

O duelo entre os últimos campeões da Libertadores parecia que terminaria com a vitória rubro-negra, mas a falta de efetividade para converter as chances claras no primeiro tempo, deixou o jogo muito palpável para o Fluminense.

  • Fica a sensação de que poderíamos ter vencido, disse Tite em coletiva
    Tite voltou para o segundo tempo com uma vantagem pequena e um time que se desgastou muito fisicamente. Já nos primeiros minutos do segundo tempo era possível perceber que o Flamengo não conseguiria manter o ritmo inicial. Além disso, as substituições de Diniz mudaram o comportamento do Fluminense.

O treinador rubro-negro demorou a entender a nova dinâmica do jogo e, enquanto isso, o time se recuou para segurar o placar, foi muito pressionado e pouco criou. Um apagão defensivo com falhas de Matheuzinho, Léo Pereira, Filipe Luís e Rossi resultou no empate do Fluminense com Yony González aos 17.

Foi então que Tite fez as cinco substituições em um espaço curto de tempo. É bem verdade que o treinador chamou Bruno Henrique antes do gol de empate. O atacante já estava na beira do campo esperando para entrar pouco antes da jogada tricolor. Thiago Maia, Ayrton Lucas, Everton Ribeiro e Gabigol foram os escolhidos.

As alterações não tiveram impacto direto e significativo mas, de fato, fizeram o Flamengo equilibrar um pouco mais o jogo. Tite leu bem e reposicionou Gerson, que passou a cair mais pelo lado direito do campo e arriscar alguns lances. Equilibrou, porém não encontrou o controle da partida

Pela atuação no primeiro tempo, o empate foi bem amargo para o Rubro-Negro. Pelo o que fez no segundo tempo, o empate foi justo e ficou até barato. A verdade é que o resultado afastou o Flamengo do sonho do nono título brasileiro. O empate isolado não seria ruim, mas as recentes derrotas para Santos e Grêmio colocaram um peso maior nesta reta final.

Com 57 pontos, e quinto colocado, o Flamengo precisa se concentrar em buscar a vaga entre os quatro primeiros para disputar a fase de grupos da Libertadores. A concorrência mostra que até para isso é preciso ser constante. São seis times buscando as primeiras colocações.

O próximo compromisso do Flamengo é somente no dia 23, contra o Bragantino, no Maracanã. Até lá, Tite terá 12 dias de trabalho para intensificar a metodologia e conhecer cada vez mais o elenco para encontrar soluções quando necessárias.

Fonte: Ge