Análise: Botafogo perde liderança do Brasileirão em jogo de interpretações distintas

Uncategorized

Alvinegro deixa vitória escapar no fim, mas deixa sequência sem pontuar para trás antes da chegada de Tiago Nunes

Passaram-se cinco longas rodadas, mas finalmente o Botafogo voltou a pontuar no Campeonato Brasileiro. Não foi a atuação dos sonhos – longe disso -, mas suficiente para sair do Nabi Abi Chedid com um empate por 2 a 2 que por pouco não foi vitória neste domingo. A má notícia é que veio tarde demais: o Palmeiras ultrapassou o Alvinegro, que deixou a liderança pela primeira vez desde a 3ª rodada.

O copo meio cheio é que o time, apesar de ter levado um gol aos 50 minutos do segundo tempo e ter deixado dois pontos para trás, voltou a competir e, acima de tudo, responder bem contra um concorrente direto ao título.

O copo meio vazio é o ambiente de pressão. A vantagem, que já foi de 13 pontos, hoje virou uma desvantagem de dois para o Palmeiras. É bem verdade, vale lembrar, que o Botafogo ainda tem um jogo a menos para fazer em relação ao rival.

Foram 115 dias no topo. Desde então, o Botafogo passou por Luís Castro, Cláudio Caçapa, Bruno Lage, Lúcio Flávio e, agora, Tiago Nunes. O quinto treinador chega ao cargo em uma situação pouco usual, já que nunca houve um campeão do Brasileirão com tantos comandantes assim na história.

No Nabi Abi Chedid, a última apresentação de Lúcio Flávio não foi das melhores no sentido tático. A equipe começou mal e o Braga marcou logo aos três minutos. O Alvinegro pouco fazia no ataque e tinha muita dificuldade para sair jogando, fosse com Marlon Freitas, pelo meio, ou nas laterais, com Di Plácido e Marçal.

O talento individual falou mais alto. Em lance que parecia pouco promissor, Victor Sá tirou um golaço da cartola em boa jogada. Era tudo que a equipe precisava: minutos depois, o camisa 7 de novo chamou a responsabilidade e, após bate-rebate, Eduardo empatou. O Alvinegro, que tanto sofreu com viradas nos últimos dias, finalmente sentira o gosto oposto.

Mas o segundo tempo foi de pouco futebol e muita cera. É natural – e ainda mais na situação do Botafogo, pressionado por resultados negativos – que um time tente amarrar o jogo nos minutos finais para prender o resultado. Mas o Alvinegro começou a fazê-lo ainda antes dos 10 minutos de bola rolando. A punição veio: o gol de empate sai justamente no longo período de acréscimo colocado.

Lições, consequências e ações. Com campanha de time de Z4 no segundo turno, o Botafogo se vê obrigado a ter um aproveitamento quase perfeito na reta final do Brasileirão na luta pelo título. Tiago Nunes, em sete dias de treinamento, não terá tempo para fazer uma revolução, é claro, mas a chegada de um “fato novo” pode servir como um marco.

O time perdeu a liderança, mas voltou a pontuar. Aí depende da ótica do copo em que se bebe.

Fonte: Ge