Paulinho x Tiquinho: em momentos distintos, atacantes travam duelo particular pela artilharia do Brasileiro

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Alimentando esperanças de título nas últimas rodadas do campeonato, Atlético-MG e Botafogo são liderados por jogadores de trajetórias distintas na temporada e na carreira

Ao final do primeiro turno do Brasileirão, não apenas a liderança do Botafogo era soberana. Tiquinho Soares era imbatível na artilharia do campeonato. Autor de 13 gols nas primeiras 19 rodadas, o atacante foi cogitado para ser convocado pela seleção brasileira. Porém, a derrocada alvinegra no segundo turno se misturou com a queda de rendimento do camisa 9, que perdeu a artilharia para Paulinho, do Atlético-MG.

A briga particular entre os dois é um aperitivo a mais nestas duas rodadas finais. Paulinho é o líder, com 18 gols, um a mais que Tiquinho. O primeiro terá oportunidade de abrir frente na noite de hoje, quando os mineiros recebem o São Paulo, a partir das 21h, na Arena MRV.

Vencer nesta rodada se tornou vital caso ambos queiram nutrir esperanças de título — o Botafogo recebe o Cruzeiro, amanhã, às 18h30 —, além de garantir o G4, que dá vaga direta na fase de grupos da próxima Libertadores. Vice-líder e terceiro colocado, Botafogo e Galo têm 63 pontos — três abaixo do Palmeiras —, com o time carioca levando vantagem no saldo de gols (23 a 22).

Se a produção ofensiva depende muito da fase dos seus principais homens de frente — o Galo também tem Hulk, com 14 gols —, ambos apresentam histórias opostas no campeonato. Ao final do primeiro turno, Paulinho tinha marcado cinco vezes, e mal aparecia entre os dez melhores.

A partir do momento em que o novo estádio atleticano foi inaugurado, o camisa 10 deslanchou —marcou oito vezes. Na vitória por 2 a 0 sobre o Santos, na 21ª rodada, ele marcou duas vezes para iniciar uma sequência que já chega a 13 gols no segundo turno. O último deles foi na vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo.

Já a segunda parte da competição, de quatro gols até o momento, tem sido conturbada para Tiquinho, marcada por uma lesão no joelho, um problema familiar e erros no campo: o principal foi o pênalti perdido na virada sofrida diante do Palmeiras. Na última rodada, marcou contra o Coritiba, mas foi ofuscado pelo empate dos paranaenses.

Trajetórias diferentes
Os dois jogadores também apresentam histórias de vida distintas. Tiquinho chegou ao Botafogo em agosto do ano passado, após construir grande parte da carreira no futebol europeu, sobretudo em Portugal, onde é ídolo no Porto. Aos 32 anos, faz sua primeira passagem com uma grande camisa da Série A, e era quase um desconhecido do público brasileiro antes disso.

Já Paulinho voltou ao Brasil nesta temporada, só que bem mais jovem — está com 23 anos. Revelado pelo Vasco, como grande promessa, acabou decepcionando no Bayer Leverkusen-ALE. O empréstimo ao Atlético virou opção para que reencontrasse seu melhor futebol, e ele foi comprado em definitivo em julho. Ele foi também vice-artilheiro da Libertadores, com sete gols.

Paulinho acabou sendo convocado por Fernando Diniz para a seleção, e atuou na partida contra a Colômbia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo.

Em momentos opostos, as grandes referências de dois times que ainda almejam o título brasileiro e um lugar no G4 travam seu duelo particular. Jogadores costumam discursar dando maior valor às conquistas coletivas, mas ser o artilheiro também pode contar pontos para definir o craque do campeonato.

Fonte: Extra