Análise: Fluminense comete erros não perdoados por Suárez e liga alerta para Mundial, que terá Benzema e Haaland

Esportes

Desatento, Tricolor sofre gols em lances que tinha o controle da bola e tem exemplo do que não fazer contra Al-Ittihad, Al Ahly e/ou Manchester City

A qualidade de Luis Suárez não é surpresa para ninguém. Mesmo aos 36 anos, o atacante se despediu do Grêmio com uma atuação de gala: dois gols na vitória por 3 a 2 sobre o Fluminense, nesta quarta-feira, pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro. Seria um resultado normal, se o Tricolor não estivesse à beira de um Mundial de Clubes. No Maracanã, a preocupação era a seguinte: se teve problemas para conter o uruguaio, imagina contra Karim Benzema ou Erling Haaland.

Dizer que foi uma partida ruim do Fluminense é exagero. A melhor expressão talvez seja “desatenta” ou “com muitos erros”, algo que não foi o costume desta equipe na temporada. Num jogo que pouco valia, parece que a preocupação de se lesionar antes do Mundial de Clubes fez a estratégia tricolor ruir diante de um adversário que mirava o G-4. E tinha Suárez, que soube explorar os erros da defesa.

— No primeiro tempo, fomos abaixo. Competimos pouco. A gente melhorou um pouco na metade do segundo tempo. Depois cometemos dois erros que não somos acostumados a cometer. Duas bolas fáceis, a bola que entrou no Suárez. Conseguimos tomar o gol. Tivemos chances de consertar e não consertamos. O terceiro foi um pênalti totalmente inexistente — analisou o técnico Fernando Diniz.

Diniz está correto em sua análise. Os três gols do Grêmio foram originados de lances em que a bola estava sob controle do Fluminense. No primeiro gol, após bola recuperada pelo Grêmio na defesa, Suárez aproveitou a linha alta. Nino erra o bote inicial, dá a bola no pé de Galdino, ele lança para o uruguaio, que arranca de antes do meio-campo. Teve caminho livre para correr pelo gramado, driblar Fábio e marcar belo gol.

No segundo, Marcelo erra duas vezes no mesmo lance: no primeiro, perde uma bola dominada no campo de ataque; depois, não consegue o domínio após bate-rebate entre Nino e Suárez. Everton Galdino recebe sem marcação na entrada da área e tem tempo e espaço para dominar, ajeitar e chutar com categoria.

No terceiro, Suárez aproveita o Fluminense já inteiramente lançado ao ataque. A dose de erros se repete: Ganso perde a bola no campo ofensivo, cede o contra-ataque e o uruguaio aproveita o espaço deixado por Marcelo. Passa fácil por Thiago Santos na jogada que resulta no pênalti. Ele mesmo cobra com categoria.

Ofensivamente, não foi uma partida ruim do Fluminense. Tanto que abriu o placar quando dominava o Grêmio. No segundo tempo, quando se reorganizou após levar o terceiro gol, imprimiu um ritmo enorme e não só descontou com John Kennedy, como teve várias oportunidade para empatar (e virar, caso conseguisse a igualdade).

Já defensivamente, a partida fica como lição: se Suárez, de 36 anos, não perdoou os erros do Fluminense, imagina Benzema ou Haaland.
Não há motivo para desespero. A sensação que fica é que se o Fluminense entrasse ligado, assim como foi na Conmebol Libertadores, venceria o Grêmio com certa facilidade no Maracanã. Mas os erros que ocorreram não podem se repetir no Mundial de Clubes.

Com a derrota, o Fluminense encerra o Campeonato Brasileiro na sétima colocação. O Tricolor volta a campo pelo Mundial de Clubes, quando disputa a semifinal no dia 18, diante Al Ahly, Al-Ittihad ou Auckland City. A final e a disputa do terceiro lugar serão no dia 22.

Fonte:Ge