Nesta sexta-feira, 02 de fevereiro, Festa da Apresentação do Senhor e Dia Mundial da Vida Consagrada, Francisco presidiu a missa na Basílica Vaticana, na presença de aproximadamente 5 mil religiosos e religiosas.
Simeão, “homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel” e Ana, que “nunca saía do templo”, foram os protagonistas da reflexão do Papa:
“Faz-nos bem olhar para esses dois idosos que são pacientes na espera, vigilantes no espírito e perseverantes na oração. Eles não aposentaram a esperança e mantiveram viva a expectativa pela vinda do Senhor”.
Francisco enfatizou que a capacidade de esperar é frequentemente prejudicada por dois obstáculos. O primeiro é “a negligência da vida interior”, quando o hábito ocupa o lugar do entusiasmo, quando perdemos a perseverança no caminho espiritual, quando as experiências negativas, os conflitos ou a demora no aparecimento dos frutos nos transformam em pessoas amargas e amarguradas.
O segundo obstáculo é “a adaptação ao estilo do mundo que acaba tomando o lugar do Evangelho”. O Papa fala da demanda por “tudo e agora” que caracteriza nosso mundo, o ativismo que nos domina, o consumismo e o entretenimento buscados a todo custo e o silêncio banido de nossos dias. E adverte:
Estejamos atentos, para que o espírito do mundo não entre em nossas comunidades religiosas, não entre na vida da Igreja e na caminhada de cada um de nós, caso contrário não produziremos frutos. A vida cristã e a missão apostólica precisam que a espera, amadurecida na oração e na fidelidade cotidiana, nos liberte do mito da eficiência, da obsessão pelo rendimento e, sobretudo, da pretensão de fechar Deus em nossas categorias, porque Ele sempre vem de maneira imprevisível, Ele sempre vem em tempos que não são os nossos e de maneiras que não são aquelas que esperamos.
Ao concluir, Francisco faz um convite: “deixemo-nos interpelar, deixemo-nos mover pelo Espírito, como Simeão e Ana. Se vivermos, como eles, a expetativa salvaguardando a vida interior e permanecendo coerentes com o estilo do Evangelho, abraçaremos Jesus, luz e esperança da vida”.
.
.