Audiências deverão ocorrer por videoconferência ao longo desta sexta (9). Martins e militares do Exército foram presos pela operação que apura tentativa de um golpe de Estado. Presidente do PL foi detido por porte irregular de arma e usurpação de bem mineral da União.
STF marca audiências de custódia de Valdemar, Filipe Martins e militares presos em operação da PF
Audiências deverão ocorrer por videoconferência ao longo desta sexta (9). Martins e militares do Exército foram presos pela operação que apura tentativa de um golpe de Estado. Presidente do PL foi detido por porte irregular de arma e usurpação de bem mineral da União.
Por Márcio Falcão, Kevin Lima, TV Globo e g1 — Brasília
09/02/2024 09h38 Atualizado há 2 horas
Montagem com imagens (da esquerda para a direita) do presidente do PL, Valdemar Costa Neto; do ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins; e dos militares do Exército Marcelo Câmara (canto superior direito) e Rafael Martins (canto inferior direito) — Foto: Montagem/g1
Montagem com imagens (da esquerda para a direita) do presidente do PL, Valdemar Costa Neto; do ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins; e dos militares do Exército Marcelo Câmara (canto superior direito) e Rafael Martins (canto inferior direito) — Foto: Montagem/g1
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para esta sexta-feira (9) as audiências de custódia de presos na operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quinta (8), que investiga a tentativa de um golpe de Estado no país.
Também será ouvido o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, preso em flagrante por porte ilegal de arma e pela apreensão de uma pepita de ouro.
Além de Valdemar, deverão ser ouvidos, ao longo desta sexta, Filipe Martins, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro (PL); e os militares:
Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
e Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
A audiência de custódia é realizada após a prisão para verificar as condições em que um preso está sendo mantido.
Segundo o Supremo, as audiências serão realizadas por videoconferência. Marcelo Câmara e Valdemar Costa Neto devem ser ouvidos em Brasília. Filipe Martins, na Superintendência da Polícia Federal no Paraná; e Rafael Martins, no Comando da Artilharia Divisionária da Divisão do Exército, em Goiás.
Valdemar, Martins e os militares do Exército foram presos nesta quinta-feira, durante os desdobramentos da operação “Tempus Veritatis” (hora da verdade, em latim).
A ação, autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, faz parte da investigação conduzida pela PF para apurar planos de invalidar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Os alvos da operação foram ex-ministros e ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva — Filipe Martins, Marcelo Câmara, Rafael Martins e o coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto, que vai se entregar nos Estados Unidos.
Alvo de um mandado de busca e apreensão, Valdemar Costa Neto não foi detido pela operação. O presidente do PL foi preso por posse irregular de arma de fogo e por usurpação de bem mineral da União, em razão da posse de uma pepita de ouro, que, segundo a PF, tem origem em um garimpo ilegal.
A operação “Tempus Veritatis” foi deflagrada na manhã de quinta-feira (8) contra suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
Segundo a PF, os investigados se uniram para disseminar notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro com objetivo de criar condições para invalidar a vitória de Lula na disputa de 2022.
Os mandados de busca e apreensão atingem:
Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;
Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
general Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército expulso após punições disciplinares;
Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres;
Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello;
Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas;
Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid;
José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco;
Laércio Virgílio;
Mario Fernandes, comandante que ocupou cargos na Secretaria-Geral e era tido como homem de confiança de Bolsonaro;
Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;
e Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército.
Fonte: G1