Cuidado com a lepra da alma…

Igreja

Na homilia da missa de canonização de Maria Antónia de San José de Paz e Figueroa, o Papa comentou a primeira Leitura e o Evangelho deste domingo, que falam da lepra, uma doença que causa a progressiva destruição física da pessoa e à qual está associada a marginalização.

“Medo, preconceito e falsa religiosidade: aqui estão três causas de uma grande injustiça, três ‘lepras da alma’ que fazem sofrer uma pessoa frágil, descartando-a como qualquer desperdício”, disse o Papa, acrescentando que “não se trata de coisas só do passado”.

“Quantas pessoas sofredoras encontramos nas calçadas das nossas cidades! E quantos medos, preconceitos e incoerências, mesmo entre quem acredita e se professa cristão. Esses medos continuam ferindo essas pessoas ainda mais! Também no nosso tempo há tanta marginalização, há barreiras a serem derrubadas, ‘lepras’ a serem curadas.”

A cura vem do próprio Jesus, que indica dois gestos: tocar e curar.

“O nosso Deus, queridos irmãos e irmãs, não se manteve distante no céu, mas em Jesus fez-se homem para tocar a nossa pobreza. E perante a ‘lepra’ mais grave, que é o pecado, não hesitou em morrer na cruz. Um santo escreveu: ‘Ele se tornou leproso por nós’”, sublinhou Francisco.

Eis então o convite a tomar cuidado com a “lepra da alma”: “Uma doença que nos torna insensíveis ao amor, à compaixão, que nos destrói com as gangrenas do egoísmo, preconceito, indiferença e intolerância”.

Ao invés, se nos deixarmos tocar por Ele na oração, na adoração, o seu contato muda-nos realmente.

O Papa questiona os fiéis: Eu deixo Jesus tocar as minhas “lepras”? Se O permitirmos, “retorna a beleza que possuímos, a beleza que somos; a beleza de ser amados por Cristo, redescobrimos a alegria de nos doar aos outros, sem medos e sem preconceitos, livres de formas de religiosidade anestesiante e desinteressada da carne do irmão”.
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