Romanelli: pedimos ajuda a S. Porfírio, bispo de Gaza, onde ruas se tornaram cemitérios

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S. Porfírio, nascido em Tessalônica, “chegou a Gaza no final de um percurso próprio que, de qualquer forma, estava ligado à Terra Santa. Ele tinha vivido cinco anos no Vale do Jordão como monge penitente e eremita. Depois, continuou seu caminho a Jerusalém, onde também lhe foi confiada a custódia das Relíquias Sagradas. Por fim, tornou-se bispo de Gaza, “onde realizou um grande trabalho de proclamação do Evangelho”, diz o pároco da igreja latina de Gaza, dedicada à Sagrada Família, Pe. Romanelli

Esta segunda-feira (26), “em Jerusalém, celebrei a Missa na memória litúrgica de São Porfírio, bispo de Gaza, junto com outros sacerdotes. Hoje rezamos e pedimos a ele por todos os habitantes de Gaza e da Faixa de Gaza, onde ele foi bispo e alcançou muitas graças do Senhor”.

É assim que o padre Gabriel Romanelli, pároco da igreja latina de Gaza, dedicada à Sagrada Família, relata à agência missionária Fides as orações e súplicas com as quais os cristãos de Gaza pedem a intercessão e a ajuda de seus amigos do Paraíso, no momento de tribulação que estão vivendo junto com todos os habitantes da Faixa.

São Porfírio, nascido em Tessalônica, lembra o padre Gabriel, “chegou a Gaza no final de um percurso próprio que, de qualquer forma, estava ligado à Terra Santa. Ele tinha vivido cinco anos no Vale do Jordão como monge penitente e eremita. Depois, continuou seu caminho a Jerusalém, onde também lhe foi confiada a custódia das Relíquias Sagradas. Por fim, tornou-se bispo de Gaza, “onde realizou um grande trabalho de proclamação do Evangelho”.

Cristãos em Gaza desde a primeira hora do cristianismo

Os cristãos estavam presentes em Gaza desde a primeira difusão do cristianismo. Sua presença preservou a memória da passagem da Sagrada Família fugindo para o Egito. Porfírio morreu em 26 de fevereiro de 420, precisamente 1604 anos atrás. Parte de suas relíquias está na igreja greco-ortodoxa em Gaza, que foi atingida pelos bombardeios. “O Santo Bispo”, acrescenta o padre argentino, que é membro do Instituto do Verbo Encarnado (Verbita), “é também o santo padroeiro de nossa comunidade religiosa em Gaza. A capela dentro da residência paroquial é dedicada ao seu nome”.

O padre Gabriel, que estava na Europa no início de outubro, não pôde retornar a Gaza após o início da guerra, mas está em contato diário com seus paroquianos e acompanha o sofrimento deles. “A maior parte da comunidade cristã da Faixa de Gaza – diz à Agência Fides – continua refugiada na igreja católica da Sagrada Família, no bairro de Zeitoun, a algumas centenas de metros da igreja ortodoxa que conserva as relíquias de São Porfírio. Algumas famílias cristãs se encontram no sul da Faixa, são pessoas de grande fé, estão esperando e invocando que essa Via-Sacra, esse Calvário de todos os cidadãos, termine com a libertação de todos os que estão privados de sua liberdade, de um lado e de outro, e os feridos, dezenas de milhares, mais de 69.000, sejam curados, e os mortos sejam enterrados e possamos chorar sobre seus túmulos”.

São Porfírio interceda por nós
As ruas de Gaza se tornaram cemitérios: “Assim que se encontra um pedaço de terra arenosa disponível”, diz o padre Romanelli, “ali os mortos são enterrados”. Gaza tem mais de 29 mil vítimas, entre as quais pelo menos 12 mil são crianças. Além de cerca de 7 mil desaparecidos. Nós – acrescenta o sacerdote – continuamos a rezar, a invocar para que a comunidade internacional, todas as autoridades e todos os detentores do poder façam de tudo para deter esse massacre. Que não se continue essa guerra que fere a todos, tanto Israel quanto a Palestina. Rezemos para que Porfírio também, com sua intercessão, possa trazer de volta um sopro de justiça e paz a esse pedaço da Terra Santa que é a Faixa de Gaza”.

Fonte: Vatican News