Carlos Jordy, candidato a prefeito de Niterói e conhecido por sua proximidade com o bolsonarismo, enfrentou uma derrota significativa nas últimas eleições municipais, perdendo para Rodrigo Neves, um nome mais conhecido entre as classes populares e com uma abordagem política que, no contexto da cidade, se mostrou mais eficaz.
Esse resultado reflete um erro recorrente em certas vertentes da direita brasileira, especialmente aquelas mais alinhadas ao discurso elitista. Jordy adotou uma narrativa mais rígida, com pautas e uma comunicação que, embora ressoasse com a classe média e alta, alienava as camadas populares. Esse discurso, muitas vezes focado em temas mais abstratos como o combate ao “marxismo cultural” ou a defesa de valores ultraconservadores, tende a não ser eficaz entre eleitores que enfrentam, no dia a dia, problemas práticos e diretos como o custo de vida, o transporte, a segurança e o acesso à saúde e à educação.
Rodrigo Neves, por sua vez, teve uma abordagem mais próxima do cotidiano da população. Ele conseguiu captar o que o eleitorado realmente considera prioritário, ao prometer soluções para questões locais e ao construir uma imagem de político próximo e acessível. Com isso, conquistou a confiança de eleitores de diferentes classes sociais, incluindo o “povão” — que, muitas vezes, é negligenciado pelo discurso mais elitista e abstrato de certos candidatos da direita.
O erro de Carlos Jordy é uma lição importante para a direita brasileira: de que não basta ter um discurso combativo ou se posicionar firmemente em pautas ideológicas. É preciso também falar a linguagem do povo e entender suas necessidades reais.
Reportagem: Marcelo Rodrigues