Time não joga bem contra (bons) reservas do Flamengo e tem Diniz xingado pela torcida
O Cruzeiro perdeu mais uma chance de ganhar posição na tabela do Campeonato Brasileiro. Mais do que isso, a derrota por 1 a 0 diante dos reservas do Flamengo representou o desperdício da oportunidade de dar um passo rumo à consolidação com Fernando Diniz. Vai ser difícil dosar a pressão até a final da Conmebol Sul-Americana.
Depois de se classificar diante do Lanús demonstrando bons indícios coletivos, o Cruzeiro tinha a oportunidade de emendar a segunda vitória consecutiva para ganhar confiança, ter o torcedor ainda mais ao seu lado e ir para a 7ª colocação do Brasileiro, que certamente dará vaga na próxima Libertadores. Estar na competição é o objetivo da diretoria para 2025.
Pela primeira vez em oito jogos, Fernando Diniz conseguiu repetir a escalação, colocando em campo aquele time que parece ser o ideal para os jogos finais de 2024. E o Cruzeiro começou bem, conseguiu roubadas no campo de ataque, boas saídas de bola, mas não transformou o volume em chances claras.
Do outro lado estavam os reservas do Flamengo, mas com qualidade individual que supera alguns titulares absolutos do Cruzeiro. Os cariocas foram crescendo aos poucos, e o time mineiro não conseguiu responder. No fim da primeira etapa, estava claro: o rubro-negro estava mais próximo do gol.
E ele chegou logo nos primeiros minutos do segundo tempo, com duas falhas seguidas de Marlon, que abriu mão de estar na barreira e permitiu o gol de David Luiz. O Cruzeiro se jogou para o ataque, rondou a área de Rossi, mas só teve uma chance claríssima, que acabou desperdiçada por Kaio Jorge. Derrota, xingamentos a Diniz e pressão que parece se instalar até a decisão de 23 de novembro.
Com pouco mais de um mês no cargo, o treinador já é um alvo apontado por vários torcedores. Com um elenco que tem limitações e em uma fase tão importante do ano, a diretoria certamente estava ciente de que correria o risco de viver um cenário de pressão ao trocar o comando técnico.
É natural que os olhos estejam sobre o treinador, que venceu apenas um dos oito jogos desde que chegou. Mas ele não é o único culpado pelo momento. O Cruzeiro, além de não ter um grupo recheado, vê peças em declínio na fase mais importante da temporada. Os exemplos mais claros são William e Matheus Pereira, que não chegaram à seleção brasileira por acaso. Erros técnicos da dupla têm chamado atenção.
Neste mesmo cenário se encaixa Marlon, que não vive seu melhor ano, mas também teve queda num passado recente. Olhando para o banco, Diniz não tem visto Barreal mudar jogos como outrora; Lautaro Díaz ainda busca ritmo após perder jogos por desequilíbrio muscular; e Mateus Vital, de passagem discretíssima pela Toca, se tornar quase um 12º jogador.
Sem muito o que mudar no aspecto tático, pelo cenário de elenco e pelo curto tempo à disposição, Fernando Diniz passa a ter como grande missão a busca pela retomada de individualidades. O G-7 no Brasileiro e o título na Sul-Americana parecem cada vez mais dependentes disso – e o planejamento de 2025, por consequência, também. E nunca é demais repetir: a culpa não é só do treinador.