Os termômetros marcavam 29°C às 7h desta terça-feira (18/2) no Rio de Janeiro — um indicativo de calor intenso, mas ainda abaixo das temperaturas registradas nos últimos dias.
A capital fluminense já superou os 40°C diversas vezes recentemente, levando a prefeitura a acionar, pela primeira vez, o nível 4 do protocolo municipal de calor extremo, em vigor desde junho de 2024.
Esse nível indica que a cidade enfrenta índices de calor muito elevados, com previsão de persistência ou aumento por pelo menos três dias consecutivos.
Para hoje, a expectativa é que os termômetros cheguem a 42°C, fazendo do Rio a capital mais quente do país.
Inicialmente, a onda de calor atingirá áreas de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, avançando posteriormente para Goiás e Bahia.
“Nos próximos dias, as temperaturas seguem elevadas, mas com menos intensidade em comparação aos últimos dias, pois a massa de ar quente começa a perder força”, explica Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo.
“A onda de calor é caracterizada pela permanência da temperatura do ar acima de um determinado limiar — que chamamos de histórico ou climatológico — por mais de três dias”, descreve Renata Libonati, professora do Departamento de Meteorologia e pesquisadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A Organização Meteorológica Mundial indica que esse limiar para considerar uma onda de calor é de cinco graus acima da média histórica para aquele local e determinada época do ano.
O Instituto Nacional de Meteorologia, no Brasil, adota a mesma caracterização, embora existam outras definições que consideram diferentes limiares e não apenas a média.
“Todas essas definições indicam que se trata de um evento extremo, ou seja, um evento de baixa frequência. Não é algo normal para aquele local ou época do ano”, aponta Libonati.
O que causa a onda de calor
a ser feito.”
Na avaliação da professora, é fundamental aprimorar os protocolos, capacitando os serviços de saúde para atender a população adequadamente e, principalmente, reconhecendo o calor como um fator determinante de saúde — algo que ainda não acontece de forma ampla.
“Um exemplo disso é que o calor não é considerado nas consultas pré-natais, apesar de já sabermos que, durante eventos de ondas de calor no Rio de Janeiro, ocorre um aumento de 20% nos partos prematuros. Portanto, é urgente avançarmos na implementação e aprimoramento dos protocolos para enfrentar as ondas de calor de maneira mais eficaz.”
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro destacou dicas que podem ser seguidas durante os dias de altas temperaturas:
Não esqueça do protetor solar e reaplique de acordo com orientações do fabricante;
Utilize roupas frescas, mas que possam fornecer proteção, como boné, chapéu e óculos de sol;
Evite praticar atividades físicas em horários de pico do calor;
Se possível, permaneça em locais ventilados;
Cuidado com choques térmicos, que podem ser causados pelo frio do ar condicionado e o calor da rua;
Evite o consumo de bebidas alcoólicas, elas podem provocar a desidratação;
Evite passeios com seu pet em períodos mais quentes do dia e disponibilize água fresca para ele;
Hidrate-se com muita água e coma frutas, legumes e verduras em abundância;
O gelo também ajuda na hora de abaixar as temperaturas, principalmente se enrolado em panos e colocado em regiões de dobra, como atrás do pescoço, axilas e virilha;
Não deixe de tomar medicamentos de rotina, o calor pode prejudicar mais quem tem hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca e outras condições médicas preexistentes;
Grupos mais vulneráveis a sofrer com o calor e que devem ter cuidado redobrado incluem crianças, idosos, gestantes, trabalhadores ao ar livre e atletas.
Fonte: BBC Brasil


