A escolha do nome já sinalizava um pontificado diferente, Jorge Mario Bergoglio, escolheu ser chamado Francisco, uma homenagem a São Francisco de Assis, o Santo que abriu mão da riqueza para cuidar e ficar ao lado dos pobres.
Na primeira viagem, Francisco escolheu a Ilha de Lampedusa, um sinal claro que marcaria seu pontificado, denunciando as injustiças sociais e preferindo ficar ao lado dos marginalizados. Lampedusa é a ilha italiana por onde entra os refugiados vindo da África, imigrantes fugidos da guerra, das perseguições políticas e religiosas. Só que o sonho de um novo recomeço é marcado pelo sofrimento da rejeição de países europeus, pelo naufrágio e a morte em embarcações precárias nas águas geladas do Mediterrâneo.
Francisco condenou o luxo e buscou a simplicidade, abriu mão das instalações apostólicas no Vaticano e preferiu morar em um apartamento simples na Casa Santa Marta, residência de padres e bispos dentro do Vaticano.
Em suas encíclicas Francisco buscava temas sócias, denunciando a miséria, sendo voz dos mais fracos e acolhendo os oprimidos: “A igreja deve acolher todos, sem exceção”, disse em uma entrevista.
Francisco concedeu a bênção com ressalva aos casais do mesmo sexo, não condenou os gays, pelo contrário, aproximou deles, trazendo-os para Igreja. Francisco condenava o pecado, e nutria a esperança que o pecador pudesse encontrar um caminho de libertação perto de Jesus. “QUEM SOU EU PARA JULGAR”, disse a repórter Ilze Sacamparini em uma pergunta sobre os gays.
Francisco, avançou em pautas delicadas, deu mais espaço para as mulheres e dialogou com outras religiões dizendo: “nossas diferenças não pode ser um sinal de ódio, e sim de amor e aproximação. Todas às religiões levam a Deus, então todas levam ao amor”.
Só que a condenação das práticas econômicas praticadas pelo capitalismo, a defesa dos mais fracos e a política do acolhimento e não da condenação valeu a Francisco críticas pesadas dos conservadores, perseguição por parte da imprensa e acusações de uma agenda excessivamente de esquerda.
O primeiro Papa Franciscano da história só queria dar de comer a quem tem fome, vestir quem estava nu, dá de beber quem tinha sede, da abrigo a quem estava na rua, levar uma esperança para quem se encontrava recluso, da um abraço em quem era esquecido pela sociedade.
Marcelo Rodrigues, historiador, jornalista e presidente do Rede Católica News.