O Dia de São Jorge é o dia do santo padroeiro da Inglaterra e do Estado do Rio de Janeiro, comemorado no 23 de abril de cada ano. Mas quem era o soldado matador de dragões que se tornou o padroeiro de diversos países, estados e cidades?
“É praticamente certo de que ele era uma figura histórica real — provavelmente um soldado romano cristão chamado Georgios”, diz Michael Carter, historiador da English Heritage.
Ele provavelmente nasceu na Capadócia, na Turquia, por volta de 260 d.C., e morreu como mártir em Nicomédia, ou Lida, atualmente em Israel, na província romana da Palestina em 300 d.C., diz o pesquisador.
O dia do santo guerreiro costuma ser comemorado no Rio com missas em igrejas e na catedral da capital fluminense, além de cerimônias de devotos de São Jorge no mundo da música, especialmente do samba.
Como ele era?
“Ele é um santo glamuroso. Dizem que ele era muito bonito, montado em seu cavalo matando um dragão”, afirma Carter.
“Sua história é algo que cruza culturas e períodos”, acrescenta o historiador. Ele representa honra, coragem e ele tinha associações reais e militares.
“Há muito em sua lenda que reflete os valores ingleses.” Ele realmente é um patrono da Grã-Bretanha moderna, sendo bastante diversificado e internacional.
E quanto ao dragão?
Esta história foi ambientada em Silene, na Líbia, que estava sendo aterrorizada por um feroz dragão do mar, de acordo com Candida Moss, professora de Novo Testamento e Cristianismo Primitivo da Universidade Notre Dame.
“Os habitantes da cidade tinham, sob o comando do rei, dado seus filhos para serem devorados pelo dragão até que finalmente chegasse a hora de a própria filha do rei ser sacrificada”, disse ela à BBC.
“Jorge, no entanto, interveio, prometendo ao rei que, se todos fossem batizados, ele mataria o dragão.” O rei teria atendido o pedido, George matou o dragão e todos foram salvos.
A lenda traz ideias de incorporação do bem e do mal, e combate entre heróis e monstros, explica Carter. “É basicamente um arquétipo, o bem derrota o mal.”
Como Jorge morreu?
Por ordem do imperador romano Diocleciano havia uma perseguição contra cristãos, mas São Jorge teria se recusado a renegar a sua fé e a fazer um sacrifício aos deuses pagãos, conta Carter.
Ele também é padroeiro de Aragão, Catalunha, Geórgia, Lituânia, Palestina, Portugal, Alemanha, Grécia, Moscou, Istambul, Gênova e Veneza — atrás de São Marcos na cidade italiana.
Após a Batalha de Agincourt em 1415, o Dia de São Jorge tornou-se um dos dias de festa mais importantes do calendário inglês, afirma Carter.
“E em 1399 sua festa foi elevada a um feriado no mesmo nível do Natal.”
“Mas devido à formação da identidade nacional inglesa após a reforma protestante, os santos caíram em desgraça e não recuperaram a sua importância.”



