A vida de plástico é fantástica, de acordo com muitos críticos, que elogiaram amplamente o filme da Barbie.
O filme amplamente divulgado em campanhas de publicidade será lançado no Brasil nesta quinta-feira (20/7) — ao lado de Oppenheimer, de Christopher Nolan — e é estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling.
A revista Empire classificou Barbie como um filme “dolorosamente engraçado”, enquanto o jornal britânico Independent o descreveu como “alegre minuto a minuto”.
Mas a opinião não é unânime. A publicação britânica Daily Mail afirmou que o longa é “irregular e desconexo”, enquanto a revista Time disse que era “muito bonito, mas não muito profundo”.
Em uma crítica em que deu cinco estrelas, Clarisse Loughrey, da publicação britânica Independent, escreveu: “Barbie é um dos filmes mainstream mais inventivos, imaculadamente elaborados e surpreendentes da memória recente — uma prova do que pode ser alcançado até mesmo nas entranhas mais profundas do capitalismo”.
“Embora seja impossível para qualquer filme de estúdio ser verdadeiramente subversivo, especialmente quando a cultura de consumo percebeu que a autoconsciência é boa para os negócios, Barbie consegue muito mais do que você pensa ser possível.”
Robbie Collin, do também britânico Telegraph, foi positivo, premiando o filme com quatro estrelas e descrevendo-o como “profundamente bizarro, conceitualmente escorregadio e muitas vezes hilário”.
“É um prazer inesperado reportar que o filme de Greta Gerwig — embora ainda seja fundamentalmente uma aventura de comédia de verão sobre a linha de brinquedos da Barbie — está longe de ser o golpe de força bruta que muitos de nós temíamos”, escreveu ele.
“O ângulo satírico — mais provável de atingir espectadores mais velhos do que pré-adolescentes — é repleto de entusiasmo e malícia. (Há piadas que cutucam alegremente vários grupos masculinos online.)”
No entanto, Sarah Vine, do Daily Mail, parece estar menos interessada na representação dos homens no longa. Ela escreveu: “É um filme profundamente anti-homens, uma extensão de todo aquele feminismo do TikTok que pinta qualquer forma de masculinidade — exceto a mais inócua — como tóxica e predatória…”
“Todo personagem masculino é um idiota, um fanático ou um perdedor triste e patético. Se os papéis fossem invertidos e um diretor fizesse um filme sobre como todas as mulheres são bruxas histéricas, neuróticas e interesseiras, seria denunciado — com razão — como profundamente ofensivo e sexista.”
Ela concluiu: “É desigual, desconexo, o enredo não faz sentido real — e a mão morta da América corporativa pesa muito sobre ele.”
Peter Bradshaw, do The Guardian, também fez uma crítica morna, premiando o filme com três estrelas.
Ele afirmou que Barbie é “um filme bem-humorado, mas autoconsciente”, que é “ocasionalmente muito engraçado, mas às vezes também de alguma forma recatado e inibido, como se o desejo de ser engraçado só pudesse ser mesquinho e satírico”.
Acrescentou: “Este filme é talvez um comercial gigante de duas horas para um produto, embora não mais do que The Lego Movie, mas Barbie não vai para a jugular da comédia nem de longe.”
Outros críticos foram muito mais positivos. David Fear, da revista Rolling Stone, disse que Barbie “pode ser o blockbuster mais subversivo do século 21”, enquanto Alex Flood, do portal New Musical Express (NME), observou que o roteiro “contém sutileza inesperada”.
Beth Webb, da Empire, elogiou as atuações de Robbie e Gosling como Barbie e Ken em sua crítica de quatro estrelas. “Robbie, que atingiu nota 11 desde Harley Quinn, é hilária, mas quem rouba a cena de forma mais consistente é o Sr. Fragilidade Loira”, disse ela.
“Gosling submerge de todo o coração na psique insegura de Ken enquanto ele vai de sombra da Barbie para garoto-propaganda do patriarcado. Cada flexão de músculo, cada movimento de cabelo, cada dedilhada de guitarra cai perfeitamente. Há momentos em que ele vai roubar seu fôlego.”
Também houve elogios para a diretora do filme. Devan Coggan, da revista Entertainment Weekly, disse: “Nunca duvide de Gerwig”.
“A cineasta indicada ao Oscar criou uma aventura feroz, engraçada e profundamente feminista que te desafia a rir e chorar, mesmo se você for feito de plástico.”
Lovia Gyarkye, do Hollywood Reporter, discordou um pouco, escrevendo: “Por mais inteligente que seja a Barbie de Gerwig, uma ameaça assombra todo o exercício.”
“A diretora gravou com sucesso sua assinatura e extraiu temas mais profundos de uma estrutura rígida, mas os sacrifícios para a história são claros. A política confusa e a aterrissagem emocional plana de Barbie são sinais de que a imagem, em última análise, serve a uma marca.”
Outros críticos tiveram visões diferentes, como Valerie Complex, do Deadline, que descreveu Barbie como “um filme imperfeito”.
“Ele tropeça um pouco no tratamento dos personagens de cor. Eles são usados principalmente como dispositivos para levar adiante as narrativas estereotipadas de Barbie e Ken”, disse ela.
“O filme fica apertado em 95 minutos, mas está repleto de cenas de dança inúteis e números musicais que são apenas preenchimento e nada mais.”
Johnny Oleksinski, do New York Post, foi além, descrevendo Barbie como uma “decepção exagerada”.
“A embalagem da Barbie é muito mais divertida do que o tedioso brinquedo dentro da caixa”, disse ele. “Em um paralelo com a música Barbie Girl do Aqua: a vida de plástico não é fantástica.”
O tom do filme foi criticado por Stephanie Zacharek, da Time, que disse: “É um filme extremamente satisfeito consigo mesmo. A Barbie nunca nos deixa esquecer o quão inteligente está sendo, exaustivo em cada minuto.”