Quinta eliminação no ano traz à tona a passividade do elenco diante dos momentos determinantes
Mais uma eliminação na temporada do Flamengo. O atual campeão da Libertadores caiu nas oitavas de final mesmo tendo conseguido a vantagem no Maracanã. A estratégia de jogar pelo resultado fez o elenco fugir de suas tradições e colecionar mais um vexame, desta vez, contra o Olimpia, em Assunção
A definição de vergonha veio ainda no estádio, quando Everton Ribeiro, em coletiva, reconheceu que o resultado era vergonhoso para a equipe. A diferença de orçamento entre os clubes corrobora o adjetivo do capitão para definir a eliminação
O jogo começava 1 a 0 para o Flamengo, e Sampaoli escolheu mais uma vez inovar na escalação: Matheus Cunha, Wesley, Fabrício Bruno, David Luiz, Filipe Luís, Thiago Maia, Gerson, Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. A 30ª formação em 30 jogos. E um time que pouco treinou para disputar um jogo mata-mata.
A festa feita pelo Olimpia pouco antes da bola rolar já evidenciava o clima do jogo e a pressão que venha da arquibancada. O gol de Bruno Henrique aos oito minutos trouxe uma certa tranquilidade para a partida. Mas durou poucos minutos. O Olimpia chegou ao empate menos de cinco minutos depois.
Foi uma noite pouquíssimo inspirada das peças individuais do ataque. Uma noite de uma atuação muito abaixo da defesa. Um Flamengo muito mal em Assunção – individualmente e coletivamente. Os três gols do Olimpia saíram de bola aéreas, com os paraguaios subindo sozinhos para marcar de cabeça. Este foi o 32º gol sofrido pelo Flamengo de Sampaoli em 30 jogos – média superior a um por jogo.
A tradição rubro-negra de ditar o ritmo do jogo, jogar pelo ataque e controlar a bola não funcionou. Enquanto o Olimpia se portava de forma dominante e agressiva, o Flamengo de Sampaoli se viu encurralado e a desorganização tática resultou em falhas individuais nos gols
Longe do resultado que a gente queria. O Flamengo não jogou bem e as coisas não aconteceram como a gente pretendia. A gente queria muito continuar nessa competição. É a competição que nos últimos quatro anos, chegamos em três. A gente tem o Brasileiro e a Copa do Brasil. São títulos grandes e importantes também – disse Marcos Braz (vice-presidente de futebol) ao ge antes de deixar a concentração e retornar ao Brasil com a delegação
Essa é a quinta eliminação neste ano. Antes, os títulos da Supercopa, Mundial, Carioca e Recopa foram perdidos ainda com Vítor Pereira no comando. Agora, Sampaoli sente o gosto amargo de mais um vexame rubro-negro, marcado pela apatia dos jogadores diante deste cenário.
A passividade do elenco chama atenção quando o objetivo deveria ser competir. Para o Flamengo, o sonho de vencer a Libertadores no Maracanã já não tem mais data marcada. Sobrou apenas o Brasileirão, que está atrás 13 pontos do líder Botafogo, e a Copa do Brasil, que tem cinco dias para aprender, corrigir e não repetir os mesmos erros desta noite contra o Grêmio.
Poder de reação tardio
Expulso no início do segundo tempo, Sampaoli assistiu o restante do jogo do camarote no Defensores Del Chaco. O auxiliar Cristian Roberto foi quem passou a dar as coordenadas para a equipe. Quieto e pouco falante na beira do gramado, o auxiliar mexeu apenas aos 20 minutos quando Ribeiro saiu para a entrada de Victor Hugo.
O segundo gol do Olimpia saiu logo dois minutos depois. As outras duas substituições aconteceram somente na casa dos 30 minutos. Ayrton Lucas no Filipe Luís, que fez uma partida muito abaixo. Allan no Gerson, que já aparentava cansaço e pediu para sair. Aos 35 minutos, o terceiro gol do Olimpia.
Foi então que, aos 37, o Flamengo colocou a primeira peça de ataque: Luiz Araújo na vaga de Thiago Maia. O atacante tentou movimentar a partida, até conseguiu algumas jogadas, mas, naquela altura, o jogo já se desenhava para o Olimpia, que tinha a classificação na mão.
Fonte: Ge