Time novamente tem dificuldade em controlar o jogo apesar da vantagem no jogo de ida e vê Matheus Cunha salvar com grandes defesas no 0 x 0. Há um mês até a final contra o São Paulo
Uma classificação que soa como uma trégua, mas que está longe de resolver os problemas do Flamengo. A vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio na noite de quarta-feira, no Maracanã, que garantiu a segunda final de Copa do Brasil consecutiva, teve mais contornos de alívio do que de euforia para um time que ainda deixa muito a desejar ao seu torcedor.
Por mais que Jorge Sampaoli tenha buscado alternativas táticas que se aproximassem dos melhores momentos dessa geração, o que se viu diante dos gremistas esteve longe até mesmo da boa atuação na partida de Porto Alegre. Oscilante e refém de espasmos de criatividade, o Flamengo flertou com o drama, mas o gol salvador de Arrascaeta deu vinte minutos de tranquilidade para quem foi ao Maracanã.
Agora, elenco e treinador terão um mês até a final contra o São Paulo para buscar uma sinergia que precisa ir além da comemoração com abraços e tapas na careca.
Flamengo x Grêmio
Posse de bola: 54% x 46%
Passes trocados: 345 x 295
Finalizações: 12 x 12
Finalizações certas: 3 x 6
Faltas cometidas: 16 x 18
Escanteios: 6 x 6
Sampaoli apostou em um esquema que deixasse esse Flamengo mais confortável em campo. A distribuição das peças se assemelhava ao losango de Dorival Júnior e o time até começou pressionando.
Com recuperação rápida de bola e ações verticais, o time surpreendia o Grêmio na saída e logo criou uma boa chance para bela defesa de Gabriel Grando. Gabriel acionou Gerson, que cruzou no segundo pau para cabeçada de Bruno Henrique que o goleiro do gremista defendeu com os pés.
O domínio, por sua vez, não durou e o Grêmio foi quem passou a impor dificuldades aos rubro-negros na saída de bola. Fosse pela falta de ritmo de Pulgar, fosse pelo excesso de bolas longas de Léo Pereira, o Flamengo perdeu volume e passou a minimizar danos.
Se Filipe Luís e Varela fechavam bem os corredores, o Grêmio apelava para cruzamentos do bico da área bem defendidas pelos zagueiros. Quando triangulou por dentro, os gaúchos foram perigosos em chutes de Suarez e Bitelo de dentro da área para as defesas de Matheus Cunha.
Na reta final do primeiro tempo, o Flamengo voltou a se soltar, muito pela participação de seus volantes e sempre com tomadas de decisão rápidas e verticais. Assim, Victor Hugo protagonizou arrancada com cruzamento para Bruno Henrique e Gerson serviu Arrasca para chute perigoso.
O Flamengo flertou com o drama ao voltar para o segundo tempo moroso enquanto o Grêmio se mandava para o tudo ou nada. Sampaoli abriu mão do losango e apostou em um 4-4-2 tradicional que potencializou as ações de Victor Hugo, mas não tornou o time mais compacto.
Espaçado e com dificuldade na aproximação, o time muitas vezes se via sem opção de passe e com a obrigação a circular a bola tocando para trás. Matheus Cunha teve papel fundamental na saída de bola, mas, acima de tudo, para evitar que a situação se complicasse com grandes defesas.
O chute de Suarez que explodiu no goleiro, aos sete, e a finalização na trave de Ferreirinha, aos 13, indicavam um cenário de pressão que chegou ao fim com o gol de pênalti de Arrascaeta pouco depois. O 3 a 0 no agregado baqueou o Grêmio e decretou o classificado para a final.
Com mais espaço, o Flamengo, enfim, controlou o jogo com a bola, mas a parada estava resolvida. O atual campeão lutará pelo bi, mas como muito a arrumar na casa.
Fonte: Ge