No silêncio dos Evangelhos, encontramos o testemunho de dois corações fiéis: Santa Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria e avós de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Suas vidas, não registradas nas Escrituras, revelam a grandeza da entrega a Deus e a recompensa da esperança, mesmo em meio às maiores limitações humanas, como a esterilidade.
Santa Ana e São Joaquim, muito piedosos e dotados de uma fé inabalável, enfrentavam a dor da esterilidade, o que naqueles tempos era considerado um sinal de desgraça e ausência da graça.
Mas, como diz São João da Cruz: “Aquele que confia em Deus sempre encontra um caminho, mesmo nas trevas mais densas.”
Santa Ana e São Joaquim, em meio às humilhações e desprezo não abriam mão de sua confiança nos desígnios divinos.
Não sucumbindo aos olhares de julgamento nem ao peso de sua aparente desgraça, Joaquim se retirou para o deserto, dedicando-se à oração e ao jejum por quarenta dias.
Enquanto isso, Ana continuava a rezar com fervor e confiança, pedindo a graça da maternidade.
E eles não foram ignorados. Deus os enviou seus anjos para anunciar que a sua confiança fora reconhecida, e as súplicas, atendidas.
Ana concebeu e deu à luz Maria, aquela que estaria destinada a ser Mãe do próprio Deus — uma mulher infértil trazendo ao mundo aquela que viria a gestar a própria Vida.
Um sinal claro de que, para Deus, não existem obstáculos.
O exemplo dos Santos Avós, celebrados hoje, nos mostra que, mesmo diante das limitações e insuficiências das nossas vidas, há sempre um caminho para encontrar a Graça e a Misericórdia, desde que nos entreguemos por inteiro, com Fé e Esperança, Àquele que tudo sustenta com seu Amor.
A sua história não está apenas nos evangelhos apócrifos, mas inscrita em nossos corações como modelo de fé inabalável.
Que aprendamos com eles que o abandono em Deus é o caminho para encontrar a paz em meio às nossas próprias dificuldades. E que a esperança em Seu amor nos fortaleça, iluminando nossos passos rumo à vida eterna.