Movimento islâmico armado atacou Israel neste sábado e deixou centenas de mortos e milhares de feridos.
O brasileiro Yehuda Weiss, militar da reserva israelense que vive em Israel, relatou momentos de pânico ao presenciar os ataques iniciais do movimento islâmico armado Hamas ao país, na manhã deste sábado (7).
Em entrevista concedida à GloboNews, o brasileiro conta que estava a cerca de 100 metros da Faixa de Gaza, em um festival, quando os ataques começaram.
“Fui com um grupo de amigos para uma festa e estava tudo tranquilo, parecia ser uma noite perfeita”, relata ele. “Mas então começou a amanhecer e nós escutamos os estrondos”.
Com cerca de 3,5 mil a 4 mil pessoas no festival, o barulho do ataque foi, inicialmente, confundido com fogos de artifício.
“Então cortaram a música e falaram no microfone que aquilo não era um treinamento, mas mísseis de verdade. E orientaram a gente a buscar abrigo ou a deitar no chão, já que estávamos em uma área aberta e não havia um bunker ou uma região segura”, relata Weiss, destacando que o ataque pegou todos os presentes de surpresa.
“Fomos pegos de surpresa. Em 30 minutos eles [Hamas] lançaram mais de 5 mil mísseis. Você não conseguia ver nada no céu. Eram apenas mísseis […] e várias pessoas desesperadas correndo”, lembra.
Ainda de acordo com o brasileiro, os militantes do Hamas atacaram uma base militar próxima e, posteriormente, conseguiram invadir o festival.
“Foi [como] uma cena de filme. […] Você via terroristas do Hamas vindo de motocicletas e caindo de paraquedas com metralhadoras, atirando contra civis e policiais que estavam no local”, diz.
Weiss relata que conseguiu, então, voltar para o carro e sair do local. “Eu falei: ou a gente tenta sair de alguma forma, ou vamos ficar aqui e morrer.”
Segundo o brasileiro, ele demorou de 5 a 10 minutos com uma “chuva de mísseis” para conseguir sair do estacionamento do festival e que, mesmo depois de ter se afastado do local, a cena ainda era “apocalíptica”.
“Vimos vários carros largados na rua, pessoas baleadas. Vi um soldado morto na rua com um tiro na cabeça e terroristas sequestrando mulheres, crianças e idosos. Até agora eu sou grato a Deus e à vida por ter sobrevivido”, acrescenta.