Conflito Israel-Hamas: militantes ameaçam matar um civil sequestrado a cada ataque em Gaza

Internacional

O braço armado do Hamas anunciou que executará um refém israelense a cada novo bombardeio de Israel contra edifícios civis na Faixa de Gaza sem aviso prévio.

O porta-voz das brigadas Al-Qassam, Abu Obaida, culpou Israel pelo “aumento dos bombardeios e assassinatos de crianças, mulheres e idosos por Israel dentro de suas casas” em uma postagem no Telegram nesta segunda-feira (9/10).

Obaida afirmou ainda que “a bola está do lado deles [de Israel] de agora em diante”.

Segundo números divulgados pelas forças armadas de Israel, mais de 100 pessoas (civis e militares) foram capturadas por combatentes do Hamas e são mantidas em cativeiro.

Em outros momentos, Israel costumava enviar alertas aos civis palestinos que estavam em aéreas onde poderiam haver ataques.

Mais de 900 pessoas foram mortas em Israel desde que o Hamas lançou ataques e se infiltrou nas comunidades do sul de Israel. Entre as vítimas estão 260 que participavam de um festival de música.

Em Gaza, quase 690 pessoas morreram depois de Israel ter lançado ataques aéreos em retaliação, segundo a Autoridade Palestina. Outras 3.700 ficaram feridas.

Três brasileiros estão desaparecidos. Cerca de 14 mil brasileiros vivem em Israel e 6 mil na Palestina, segundo estimativas do Itamaraty – a maioria fora da área de conflito.

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) fará a repatriação dos cerca de mil brasileiros que pediram para voltar ao Brasil.

‘Apenas o começo’
Também nesta segunda, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que os ataques de retaliação contra o Hamas na Faixa de Gaza nos últimos dias “são apenas o começo”.

Segundo a agência de notícias AFP, Netanyahu disse que “o que o Hamas irá vivenciar será difícil e terrível” e afirmou que “estamos todos com vocês (exército de Israel) e vamos derrotá-los com força, uma força enorme”.

Netanyahu disse ainda que “vários homens armados palestinos ainda estão dentro de Israel”.

A fala de Netanyahu segue os intensos ataques empreendidos por Israel na Faixa de Gaza na segunda-feira. Centenas de pessoas morreram.

Mais cedo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ordenou um “cerco total” da Faixa de Gaza com bloqueio à chegada de comida e combustível e do fornecimento de eletricidade e água.

Militares israelenses disseram que o ataque surpresa lançado pelo Hamas no sábado (7/10) pode ser comparado aos atos terroristas de 2001 contra os Estados Unidos.

“Este é o nosso 11 de setembro. Eles nos pegaram”, admitiu um porta-voz das forças armadas do país, enquanto outro militar comparou os eventos recentes ao ataque de Pearl Harbor, realizado em 1941.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, diz que os militares recuperaram o controle de todas as comunidades perto da barreira de Gaza — mas confrontos isolados com homens armados palestinos continuam a acontecer.

Anteriormente, os militares disseram que os combates estavam ocorrendo em “sete ou oito” locais dentro do território israelense.

Israel diz que “a maioria” dos pontos de acesso de Gaza para Israel foram fechados, principalmente com tanques.

Há relatos de mísseis sendo disparados a partir de Gaza em direção a algumas cidades israelenses. Algumas explosões foram ouvidas em Jerusalém.