Time mostra fragilidade emocional em derrota para o Vasco em São Januário e vê a ameaça de perder um título que parecia iminente
A derrota do Botafogo para o Vasco por 1 a 0, gol de Paulo Henrique, estendeu o pesadelo que o torcedor vive desde a virada do Palmeiras, na última quarta-feira. Mais do que o resultado, o desempenho e, principalmente, o colapso emocional do time são motivos de preocupação para os alvinegros.
O que se viu em campo foi um time que tentou emular os melhores momentos de intensidade que teve no campeonato, mas que pareceu a todo momento com medo de errar. E quando o erro aconteceu, acabou a organização e qualquer conexão em campo
Sem Adryelson, Cuesta e Marlon Freitas, o treinador Lúcio Flávio optou por utilizar jogadores de mesma posição e manter a estrutura do time. Nos primeiros 20 minutos, o Botafogo pressionava alto, forçava erros do Vasco e conseguia fazer recuperações rápidas.
O ritmo intenso, no entanto, não se converteu em oportunidades de gol. Aos poucos, o time foi arrefecendo e o Vasco conseguiu sair. Maicon fez lançamento longo para Paulo Henrique, o lateral dominou tirando de Marçal com enorme facilidade, passou por Bastos e soltou a pancada de canhota no canto baixo de Perri. Primeira chance e vantagem no placar para o adversário.
Dali para frente, o Glorioso se tornou um time afobado. Sem usar instrumentos para construir, o time parecia tentar chegar ao gol de qualquer forma e quase sempre tomava decisões erradas. Léo Jardim pouco foi exigido ao longo da partida.
- Começamos a ter aquela pressa, querer resolver as coisas, tomando algumas decisões ruins e não conseguimos gerar nenhuma situação para empatar a partida, no fim do primeiro tempo. Em alguns momentos tentamos, com algumas alterações, mas não conseguimos ser eficientes naquilo que nos propusemos a fazer em relação a essa partida – analisou Lúcio Flávio.
A vantagem deu ao Vasco o conforto de se fechar e explorar os erros do Botafogo, que não foram poucos. Tiquinho e Eduardo pouco produziram para o time e as conexões do ataque não geravam perigo. O centroavante viveu uma das piores partidas em todo o Campeonato.
Nem mesmo a mexida ousada de Lúcio Flávio ao tirar o zagueiro Bastos para colocar o centroavante Diego Costa teve efeito positivo. Muito também porque o camisa 19 chamou mais atenção por um entrevero com Medel do que por campo e bola.
Sem ameaçar, a derrota por 1 a 0 se confirmou e a gordura que existia na ponta acabou. O Glorioso reabriu um campeonato que parecia se encaminhar para General Severiano.
Empatado em pontos com o Palmeiras, com um jogo a menos, e apenas um a frente do Bragantino, o time vai para dois confrontos diretos dificílimos contra Grêmio e o próprio Braga sob pressão. É preciso retomar o rumo o mais rápido possível.
Ao embarcar no discurso do “contra tudo e contra todos”, o Botafogo parece perder o foco no que realmente importa. O que se vê em vários momentos é uma equipe nervosa e reclamando mais do que jogando. Antes do que “tudo e todos”, o Alvinegro joga contra ele mesmo. É hora de deixar de ser um adversário e voltar a ser o próprio aliado. Faltam sete jogos.
Fonte: Ge